O Presidente da República destacou este sábado que Jorge Sampaio sacrificou o talento que tinha para o golfe para “servir Portugal”, apesar de nunca se ter esquecido de apoiar iniciativas que juntavam o desporto e a solidariedade social.

“O Presidente Jorge Sampaio não teve essa disponibilidade, dedicou a disponibilidade em primeira linha ao país, mas não se esqueceu de apoiar sempre iniciativas como esta, que juntavam o golfe à solidariedade social”, salientou Marcelo Rebelo de Sousa.

O Chefe de Estado falava na entrega de prémios da Taça Presidente da República em golfe, que decorreu este sábado de manhã no Belas Clube de Campo, no concelho de Sintra.

Marcelo Rebelo de Sousa salientou que Jorge Sampaio “sacrificou o talento que tinha para o golfe” para “servir Portugal”, e não podendo exercitar os dois talentos ao mesmo tempo, porque “o golfe exige um intenso treino”, o histórico socialista “exercitou o seu talento ao serviço do país em inúmeros domínios”.

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“Num momento em que a Europa está como está, atravessada por divisões, por clivagens, por tensões, lançou a Cimeira de Arraiolos, reunindo os chefes de Estado republicanos, não presidencialistas”, realçou.

A iniciativa, que começou com meia dúzia de chefes de Estado e compreende hoje quase duas dezenas, reúne-se na próxima semana e assume-se hoje como um fórum “mais importante que nunca, pelo papel senatorial e moderador desses chefes de Estado um pouco por toda a Europa”.

Marcelo Rebelo de Sousa notou ainda o papel de Sampaio na criação da COTEC — Agência Empresarial para a Inovação, que, reunindo empresários portugueses, espanhóis e italianos, contribuiu para aproximar realidades nas áreas da inovação, ciência e tecnologia e pensado nas “afinidades” entre estes países no quadro europeu.

À chegada ao Belas Clube de Campo, Marcelo Rebelo de Sousa tinha à sua espera Jorge Sampaio, que patrocinou o lançamento, em 2000, da Taça Presidente da República, inspirada na ´President´s Cup’ americana, promovida inicialmente pelo empresário André Jordan em Vilamoura (Algarve), mas que se disputa no Belas Clube de Campo (Sintra) desde o ano passado.

“Aprendo sempre com o Presidente Sampaio”, confessou o atual chefe de Estado, que recordou tempos de um passado comum entre as duas famílias, incluindo os tradicionais almoços na Sociedade de Geografia.

Marcelo Rebelo de Sousa assegurou que “sem o pai do Presidente Jorge Sampaio não teria havido o Serviço Nacional de Saúde”.

“É um dos pioneiros do Serviço Nacional de Saúde, através da criação dos centros de saúde, que foram os primeiros polos, que depois relacionados com a estrutura hospitalar permitiram o salto do Dr. António Arnaut”, lembrou.

Jorge Sampaio apontou também o papel do pai de Marcelo Rebelo de Sousa neste domínio, reconhecendo que “para tudo é preciso líderes, e a saúde nessa altura teve de facto alguns líderes muito significativos”.

Enquanto Rebelo de Sousa recuava aos tempos de infância em que era submetido a exames de radioscopia, e aos efeitos de receber radiações, o antigo Chefe de Estado vincou que os tempos “evoluíram a uma velocidade gigantesca”.

“Já ninguém consegue ir a um médico e, se o médico lhe diz que não vai fazer uma TAC [Tomografia Computorizada], ele diz que não serviu para nada”, ironizou Sampaio, que levou Marcelo a confidenciar que aconselha os amigos a recorrem a uma aparentemente mais inócua técnica de ressonância magnética.

Questionado sobre o que pensaria dos custos mais elevados o ministro Mário Centeno, o histórico socialista comentou que o responsável pelas Finanças “não pode tirar a ressonância, não pode cativar”.

A Taça Presidente da República serviu para angariar fundos para o CECD — Centro de Educação para o Cidadão com Deficiência, instituição social de Mira Sintra, e o torneio juntou personalidades nacionais e estrangeiras, que disputaram o torneio na modalidade “‘Texas Scramble’ Stableford” em pares.

A equipa vencedora, constituída por João Menezes Falcão e Grace Xiao, recebeu o prémio das mãos de Marcelo Rebelo de Sousa, que prometeu voltar na próxima semana às instalações do CECD, ao constatar que teve de cancelar no ano passado a visita à instituição devido aos incêndios que devastaram Pedrógão Grande.