A pintura “A Rendição do Eleitor da Saxónia perante o Imperador Carlos V” vai ser inaugurada na quinta-feira, no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa, proveniente das coleções do Património Nacional de Espanha.
De acordo com o museu, a pintura vai ser exibida no âmbito do ciclo “Obra Convidada”, que recebe obras cedidas por outras instituições, e a sessão contará com a presença do ministro da Cultura de Portugal, Luís Filipe Castro Mendes, e do homólogo de Espanha, Jose Guirao, às 18h00.
“A Rendição do Eleitor da Saxónia perante Carlos V”, de Luca Giordano (Nápoles, 1634-1705), pintada cerca de 1700, é um óleo sobre tela, pertencente ao Património Nacional de Espanha.
A pintura retrata Carlos V, à esquerda, de armadura dourada e colar do Tosão de Ouro e, à direita, o Duque de Alba, D. Fernando Álvarez, o comandante das tropas imperiais vitoriosas, apresentando o vencido eleitor da Saxónia, João Frederico.
Nascido em Nápoles, em 1632, filho do pintor António Giordano, Luca Giordano revelou um talento muito precoce e veio a tornar-se num dos mais produtivos e reconhecidos pintores europeus do século XVII, recorda o museu num texto sobre a pintura.
A importância da cidade como centro artístico ficou marcada pela presença de pintores como Caravaggio, Massimo Stanzione, Bernardo Cavalino, Francazano ou Mattia Preti, que responderam às grandes empreitadas da igreja contrarreformista, sob o patrocínio da nobreza ligada ao vice-reinado espanhol.
“Luca Giordano cresceu artisticamente neste ambiente de reconhecimento e efervescência artística da cidade e beneficiou dele fortemente”, tornando-se um pintor famoso de frescos, que tinha feito grandes séries de pinturas em abóbadas de palácios e igrejas napolitanas ao longo da década de 1680.
Entrou em Espanha em março de 1692, e dedicou-se de imediato à pintura da grande abóbada da escadaria do Escorial, uma obra em que se empenhou.
“A Rendição do Eleitor da Saxónia perante Carlos V” ficará em exibição no MNAA até 13 de janeiro de 2019.
Criado em 1884, o MNAA acolhe a mais relevante coleção pública de arte antiga do país, em pintura, escultura, artes decorativas portuguesas, europeias e da Expansão Marítima Portuguesa, desde a Idade Média até ao século XIX, sendo um dos museus nacionais com o maior número de obras classificadas como tesouros nacionais.