Pode soar a clichê, mas cada vez mais sentimos que estamos sempre um passo à frente e que o futuro marca todas as nossas experiências. E para quem tem dúvidas, o Amoreiras Shopping Center apresenta provas. Está em curso naquele espaço a exposição Presente Futuro, Design para a Mudança; uma iniciativa que resulta de uma parceria com o MUDE – Museu do Design e da Moda, Coleção Francisco Capelo no âmbito da sua programação MUDE Fora de Portas. A exposição é constituída por trinta e oito propostas que cobrem setores tão diversos do quotidiano como o ambiente, a saúde, o desporto, a alimentação, a música, os transportes, o vestuário, a casa, a segurança, o lazer ou o espaço público.
Até 21 de outubro
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A exposição Presente Futuro, Design para a Mudança pode ser vista todos os dias, entre as 10h e as 23h, até dia 21 de outubro, nos corredores e no miradouro do Amoreiras (Amoreiras 360º Panoramic View).
Visitas guiadas
Domingos de manhã, às 11h30, para o máximo de 20 pessoas.
A entrada no miradouro está incluída na visita, para conhecer a última peça da exposição. As inscrições são feitas presencialmente no balcão de informações do Amoreiras Shopping Center.
No dia 14 de outubro, a visita é realizada por Bárbara Coutinho, diretora do MUDE.
O Amoreiras, além de um espaço comercial de eleição, tem tido desde a sua origem um papel relevante na sociedade, integrando anualmente várias iniciativas ligadas à cultura. No caso presente, dá palco a iniciativas, objetos e serviços que estão a ser desenvolvidos por autores e entidades nacionais, sensibilizando os visitantes para a portugalidade das propostas expostas, muitos delas já distinguidas a nível internacional.
Presente Futuro, Design para a Mudança está patente pelos vários corredores do Amoreiras Shopping Center considerando tipologias, ou proximidades temáticas. Desta forma, os visitantes tomam contacto com a exposição à medida que percorrem o espaço, e o design nas suas múltiplas aplicações torna-se parte do seu dia a dia. A experiência termina no Miradouro Amoreiras 360º Panoramic View, onde peças de design urbano esperam pelo visitante, para desde aí, contemplarem Lisboa.
As 8 escolhas do futuro
Escolha 1
As visualizações de dados permitem uma compreensão de temas tão complexos como a questão da imigração nos Estados Unidos e o planeamento urbanístico, mostrando-os de uma forma rápida, direta e apelativa, contribuindo assim para a sua consciencialização.
Escolha 2
Versatilidade, elevada resistência e robustez são algumas das características do burel, e que fazem com que seja um material adequado para o revestimento de interiores. Entre as suas vantagens, destaca-se o facto de ser um excelente isolante acústico, reduzindo a reverberação do som, limitando a sua propagação e aumentando a qualidade do ambiente, a sua qualidade térmica, a fácil manutenção e o seu valor estético. Nesta instalação, apresenta-se o violino AVA Royale pela sua inovação técnica e construtiva. Desenvolvido em colaboração com músicos, este instrumento pretende aperfeiçoar a experiência de tocar e ouvir violino: mantém as cordas e a alma, mas acrescenta um som intenso que emana do interior do corpo em fibra de carbono, material que oferece também maior estabilidade de afinação.
Escolha 3
Exemplos de produtos inovadores em cortiça, material natural sustentável reconhecido pela sua eficácia, flexibilidade, resistência e durabilidade, qualidades perfeitas para redesenhar pranchas de surf e handplanes de alta performance para o máximo desempenho em todo os tipos de ondas.
Escolha 4
Olga Noronha interseta a anatomia, a medicina, a joalharia e o design para transformar as próteses médicas e implantes biotecnológicos em peças de joalharia medicamente prescrita. Manipulando objetos e materiais médico-cirúrgicos e suas réplicas, cria ortóteses e próteses para o interior do corpo humano, entendendo-as como jóias intra-corporais, mas mantendo sempre as suas funções originais. Este é um exemplo das investigações em curso sobre o corpo humano, bem como dos novos caminhos da joalharia.
Escolha 5
Pela combinação entre a tecnologia, a engenharia, a estética e a moda, estes coordenados espelham as pesquisas em curso na área da techmoda, a utilização de tecidos inteligentes e o modo como estes podem impulsionar uma revolução no vestuário, adicionando-lhe novas funções. O premiado coordenado de Mariana Almeida inspira-se no traçado das linhas geométricas do metro do Porto e muda de cor consoante a temperatura.
Escolha 6
San é o protagonista do videojogo Out of Line. O seu objetivo é sair de uma fábrica, onde, subitamente, se encontra, tendo para tal de resolver uma série de puzzles e passar por vários desafios com que se depara ao longo do percurso, testando a sua capacidade física e resistência. Dois fatores merecem ser assinalados neste videojogo: o privilégio dado à estrutura narrativa e a construção dos ambientes através do desenho e da pintura.
Escolha 7
O Serviço Operação Surpresa de Dino Alves permite recuperar peças antigas ou peças que perderam a sua função e valor, transformando-as em novas roupas. Uma saia ou umas calças podem dar origem a um top, ou vice-versa. A roupa é, assim, reciclada, ganhando uma nova vida e maior longevidade, o que tem um valor ético, ambiental e ecológico. Neste Hospital da Roupa, qualquer roupa ganha o estatuto de peça de autor.
Escolha 8
Duas linhas de mobiliário urbano representativas da necessidade permanente de requalificação dos espaços públicos, dotando-os de equipamentos de qualidade estética, funcional e técnica. Outro elemento a referenciar é a aplicação de um novo tipo de betão que resultou de um projeto inovador desenvolvido no âmbito de uma investigação conjunta entre a indústria e o design. A principal vantagem na utilização deste material é permitir uma redução substancial do peso da peça, mantendo a sua elevada resistência.
3 perguntas a…
Margarida Romão (Mundicenter)
1. Como se integra esta exposição na estratégia do Amoreiras?
O Amoreiras tem definido como uma das suas linhas estratégicas a ligação à área da cultura, apoiando mecenaticamente alguns projetos e desenvolvendo em parceria exposições que vão ao encontro do interesse de quem nos visita. Esta mostra acontece no seguimento de O MNAA no Amoreiras, Obras Primas da Pintura em 2017 e da parceria com o Museu Arpad Szenes-Vieira da Silva já em 2018.
2. Qual é a reação do público a este tipo de iniciativas?
Desde sempre que quem visita o Amoreiras Shopping Center desfruta de uma experiência única e enriquecedora. Desejamos que o visitante do Amoreiras, no seu dia a dia, de uma forma descontraída, se depare com iniciativas que convoquem à reflexão e à procura de mais conhecimento. Pretendemos criar uma customer journey que associa uma experiência de compra com o prazer único de uma visita descontraída a uma exposição.
3. Podemos dizer que a premissa que os portugueses são de facto defensores de ‘cultura de centro comercial’ é verdadeira?
O consumidor português tem evoluído do ponto de vista de interação com os espaços comerciais que frequenta. Quer muito mais do que uma simples experiência de compra. Daí a principal razão do Amoreiras tentar dispor em permanência de uma agenda de atividades, com o objetivo de prolongar a estada do visitante no nosso espaço. Além de exposições, criamos instalações artísticas, apresentamos concertos ou até, como aconteceu em Setembro, promovemos uma corrida vertical com início na escadaria central do Amoreiras e terminando no Miradouro Amoreiras 360ª Panoramic View.
Bárbara Coutinho (MUDE)
O MUDE prossegue com a sua programação Fora de Portas, através da qual cria relações com a cidade, as pessoas e o mundo.
1. Porquê uma programação Fora de Portas?
Porque somos um museu aberto, que quer ir ter com a cidade que o viu nascer e o acolhe. Queremos continuar a criar relações, como as que já criámos com Elvas, com o Porto, com Paredes e com outras cidades do estrangeiro, tendo um foco central na Baixa de Lisboa — agora impossível, devido às obras no edifício.
2. Esta programação vai continuar mesmo depois da conclusão das obras no museu?
Sim, vai continuar. Lembro que a programação MUDE Fora de Portas teve início antes das obras, com iniciativas como o grande painel de azulejos da autoria de André Saraiva, no jardim Botto Machado, junto à feira da Ladra, ou o concurso para as esplanadas do Centro Histórico, esta última em parceria com a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, para dar apenas dois exemplos.
3. Então o MUDE é um Museu de portas abertas?
Certamente que sim. Temos uma sede – qualquer museu precisa do seu próprio espaço —mas queremos ser cada vez mais um museu sem paredes. Ou seja, que pode estar tanto dentro como Fora de Portas. E quando estiver dentro, continuará a estar fora. O MUDE quer estar nos espaços públicos e nos diferentes equipamentos da cidade em que vivemos, locais potenciais para o encontro, para a descoberta para a conversa e para o debate.
Este artigo foi escrito numa parceria Observador Lab e Amoreiras Shopping Center