Os brasileiros da InterCement e a Cimpor assinaram acordo de venda das operações da Cimpor não só em Portugal como em Cabo Verde, um acordo confirmado em comunicado enviado às redações. O comprador é um grupo turco chamado OYAK, que está presente em 19 países.

“Esta transação enquadra-se no plano de redução da dívida do Grupo publicamente anunciado pela InterCement e pela Cimpor, em resposta à adversidade do contexto que se tem observado nos mercados da América do Sul, especialmente no Brasil”, indicou o grupo brasileiro e a Cimpor, salientando que a operação aguarda a aprovação por parte dos supervisores competentes.

O grupo comprador emprega atualmente cerca de 30 mil pessoas em 19 países, registou em 2017 um volume de negócios de 10,2 mil milhões de dólares e opera em diversas industrias (cimento e betão, mineração e metalurgia, automóvel, energia e química) e serviços (financeiros e logísticos). A sua subsidiária OYAK Cement, conta com sete fábricas integradas de cimento e três moagens com uma capacidade anual de produção de 12 milhões de toneladas por ano, 45 centrais de betão e uma fábrica de sacos de papel”, pode ler-se no comunicado.

As empresas garantem, também, que “esta aquisição da Cimpor Portugal e Cabo Verde contempla a manutenção das estruturas humanas destas empresas”.

O OYAK (Ordu Yardımlaşma Kurumu) é o primeiro e maior fundo de pensões na Turquia, fundado em 1961, e o grupo líder em investimentos estratégicos em setores lucrativos e de crescimento continuado de diversas indústrias como o cimento e o betão, a exploração mineira e a metalúrgica, o automóvel, a energia e o setor químico, a agricultura, a logística, as finanças e a alumina especializada.

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O OYAK é detido pelo fundo de pensões das Forças Armadas turcas. Desconhece-se, por enquanto, o valor da transação, ainda sujeita a avaliação da Autoridade da Concorrência, mas a agência de notícias Reuters adiantou um valor próximo dos 700 milhões de euros.

No comunicado, a empresa indica que, “no âmbito da sua estratégia de internacionalização, a OYAK Cement identificou o potencial de integração da Cimpor Portugal e Cabo Verde, valorizando em particular o seu ‘know-how’, capacidade operacional, a escala, o posicionamento geográfico e a sua capacidade exportadora”.

Em 2017, a Cimpor registou um prejuízo 490,3 milhões de euros em 2017, o que representou uma redução face às perdas de 787,6 milhões de euros verificadas no ano anterior.

De acordo com o relatório de gestão de 2017, divulgado na página da companhia na internet, “o resultado líquido apresentou uma recuperação de 44% em relação ao valor de 2016, somando um prejuízo de 439 milhões de euros e um prejuízo líquido atribuível a acionistas de 490 milhões de euros”.