As comemorações do Armistício da Primeira Guerra Mundial, que reúne em Paris líderes mundiais, começaram depois da hora prevista, falhando o simbolismo do momento em que há 100 anos o silêncio da paz substituiu o estrondo das armas. A cerimónia deveria iniciar-se “à 11.ª hora, do 11.º dia do 11.º mês”, como o cessar-fogo em 1918, com honras militares e a homenagem aos mortos, seguida do hino nacional de França.

Quando os sinos marcando a hora do armistício (11:00 locais, 10:00 em Lisboa) começaram a soar em Paris e em muitas nações atingidas pelos quatro anos de massacre, o presidente francês Emmanuel Macron e outros líderes ainda estavam a caminho do centenário local no Arco do Triunfo.

Cerca de 70 chefes de Estado e de governo participam nesta cerimónia solene junto ao túmulo do Soldado Desconhecido, símbolo do sacrifício dos milhões que morreram de 1914 a 1818.

Sob um mar de guarda-chuvas negros, uma fila de chefes de Estado liderados por Macron e sua esposa, Brigitte, marcharam em silêncio nos Campos Eliseos, depois de saírem de seus carros. O presidente dos EUA, Donald Trump, chegou separadamente, passando por duas manifestantes de topless com slogans contra a guerra, que de alguma forma conseguiram atravessar as filas de segurança e foram rapidamente detidas pela polícia. O grupo Femen (um grupo feminista, fundado em 2008 na Ucrânia por Anna Hutsol, mas atualmente baseado em Paris) reivindicou a responsabilidade.

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O último a chegar foi o presidente russo, Vladimir Putin. A chanceler alemã, Angela Merkel, posicionou-se entre Trump e Macron. Do outro lado do globo, a Austrália e a Nova Zelândia realizaram cerimónias para relembrar como a guerra matou e feriu soldados e civis em números sem precedentes. Esses países perderam dezenas de milhares de soldados distantes na Europa e na brutal batalha de Gallipoli, em 1915, na Turquia.

O Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa, também participa nas cerimónias em Paris do centenário do fim da I Guerra Mundial. O secretário-geral da ONU, António Guterres, o presidente russo, Vladimir Putin e o rei de Espanha, Filipe VI, estão entre os dirigentes mundiais presentes na cerimónia,

Após a cerimónia, os chefes de Estado têm um almoço oficial no Palácio do Eliseu, e, à tarde, participam no Fórum de Paris sobre a Paz, em cuja abertura discursam Angela Merkel e António Guterres. O Fórum, que conclui as celebrações, vai reunir 60 chefes de Estado e 30 organizações internacionais para discutir segurança global.

O Presidente português vai participar, juntamente com os chefes de Estado da Colômbia, Juan Manuel Santos, e da Nigéria, Muhammadu Buhari, numa “masterclass”, ou uma aula aberta, com alunos da prestigiada universidade de ciência política de Paris SciencesPo.