Os 18 concelhos da Área Metropolitana de Lisboa (AML) terão um passe único em abril de 2019, no valor máximo de 40 euros, permitindo uma poupança que, para milhares de passageiros, pode ultrapassar os 100 euros mensais. O novo passe único permitirá ainda simplificar o complexo sistema de títulos de transporte, que atualmente tem cerca de 2.000 combinações possíveis.

Um casal que se desloque diariamente entre Setúbal e Lisboa, usando o comboio da Fertagus, o Metro e a Carris paga atualmente pelos dois passes 317,5 euros (158,75 euros cada). O custo para esta família subirá 63,50 euros, para 381 euros, se, por exemplo, existir um filho com menos de 23 anos que se desloque diariamente para estudar numa universidade em Lisboa.

A partir de 1 de abril, com o custo máximo de 40 euros por passe e de um máximo de 80 euros por agregado familiar, o mesmo casal e o filho pagarão apenas 80 euros.

Mais a norte, quem vem de Mafra paga mensalmente 154 euros por utilizar a linha da Mafrense até ao Campo Grande e a Carris e o Metropolitano para se movimentar em Lisboa. Da Malveira, também no concelho de Mafra, o preço do passe que permite utilizar os mesmos transportes é de 117,25 euros mensais. Estes são dos exemplos mais onerosos nas deslocações dentro da AML.

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O preço de quem utiliza atualmente o passe LX123, que permite o acesso a vários transportes e deslocações até três coroas em concelhos nos arredores da cidade lisboeta, incluindo localidades de Almada, do Barreiro e do Seixal, na margem sul, é de 69,65 euros. Este é tanto o preço deste passe para quem vai, por exemplo, do Cacém, no concelho de Sintra, para Lisboa, como o de quem vai de Corroios, no Seixal, ou da Baixa da Banheira, no Barreiro.

Os utilizadores dos passes combinados com comboio da CP, Metro e Carris pagam 82,45 euros se vierem de Vila Franca de Xira, 80,35 euros se vierem de Cascais e 81,85 se utilizarem a linha desde Sintra.

Os pormenores de como vai funcionar o passe único ainda estão a ser ajustados, mas espera-se que beneficie a grande maioria dos utentes da AML, deixando de fora situações em que o passe já custa menos de 40 euros, como os de quem precisa apenas de deslocações dentro da capital. O objetivo dos novos preços é também, de acordo com Fernando Medina, presidente da AML, reduzir o número de carros que entra diariamente em Lisboa e promover o transporte público como transporte de eleição.

A medida foi aprovada a 17 de outubro pelos presidentes das 18 câmaras da AML e inclui também a criação de uma empresa única de transportes em todos os 18 concelhos, com a marca “Carris Metropolitana”, e a compra de mais autocarros. O passe único deverá funcionar em todos os meios de transporte da Área Metropolitana de Lisboa (AML). As crianças até aos 12 anos não pagam transporte e, por família, o pagamento total máximo é de 80 euros (dois passes).

Segundo o primeiro secretário da Área Metropolitana de Lisboa, Carlos Humberto, “estas decisões fundamentais” estão tomadas, mas há ainda “um trabalho técnico exigente” a desenvolver e uma série de decisões complementares necessárias. “Ainda estamos a discutir se é possível, e aqui são as razões financeiras que vão determinar, é uma decisão política, que é o passe de terceira idade ou de reformado, se sim ou não, e onde vamos buscar o dinheiro”, disse.

Também é necessário definir o valor a que ficarão os passes que atualmente já custam menos de 40 euros. “A ideia que temos é que [estes preços] têm de se manter”, sublinhou.

A AML é composta pelos municípios de Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira.