O BPI vai passar a cobrar 1,20 euros por cada transferência por MBWay, uma quantia cobrada a todos os clientes exceto aqueles que aderirem a contas pacote (pagas) do banco. Quem é cliente dos outros principais bancos a operar em Portugal não está a pagar qualquer comissão, embora algumas instituições tenham uma quantia prevista no preçário (que não está a ser cobrada).

Segundo alterações ao preçário publicadas pelo BPI, o valor de cada transferência passa de cerca de 20 cêntimos para 1,20 euros (mais imposto de selo de 4%), uma multiplicação por seis. Mas, na realidade, esses 20 cêntimos nunca foram cobrados, confirmou o Observador junto de fonte oficial do BPI. A mesma fonte confirmou a informação sobre o valor que irá passar a ser cobrado pelas transferências feitas através da aplicação gerida pela SIBS, a partir de 1 de maio. Contudo, fonte oficial do banco indicou que para evitar este custo o cliente pode aderir à Conta Valor, uma conta pacote que tem um custo mensal associado. Mas o banco também diz que pode evitar essa comissão se utilizar o MBWay através da aplicação do BPI no telemóvel.

Tal como o BPI, de acordo com os preçários, outros grandes bancos também já preveem um custo nestas transferências — mas também não está, na realidade, a haver cobranças. O BCP é, segundo o seu preçário, o banco mais caro: 1,35 euros por cada transferência MBWay para contas de outros bancos. Segue-se a Caixa Geral de Depósitos, que cobra 20 cêntimos, e o Novo Banco, com um custo de 15 cêntimos por operação.

Estes bancos, porém, apesar de terem esse custo previsto no preçário, não estão a fazer cobrança dos valores, explicaram fontes oficiais de BCP, CGD e Novo Banco. Nenhuma das fontes explicou porque é que o valor não está a ser cobrado, estando no preçário, nem indicou até quando é que a gratuitidade se irá manter.

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Dois casos diferentes: tanto o Santander como outro banco espanhol a operar em Portugal, o Bankinter, não cobram qualquer valor pelas transferências MBWay, em linha com a isenção de custos que está no preçário. Fonte oficial do Santander Portugal confirmou que estas operações não têm qualquer custo previsto no preçário, mas não excluiu que as transferências com MBWay possam vir a ser alvo de cobrança no futuro.

Em comunicado da SIBS, a empresa que gere a rede Multibanco (e cujos acionistas são os bancos), lê-se que, “neste momento, todas as entidades aderentes ao MBWay mantêm a isenção de cobrança de valores aplicados às transferências MBWay”. Apesar disso, os bancos não estão impedidos de o fazer, já que “as condições comerciais de prestação dos serviços aos clientes são definidas pelos bancos emissores”, esclarece, também, a SIBS.

O MBWay é um serviço que já é utilizado por mais de um milhão de portugueses, aparecendo como um “multibanco no smartphone” em que os utilizadores associam cartões bancários e podem fazer várias operações usando a “app”. Contudo, no que diz respeito às transferências, a possibilidade de alguns bancos virem a cobrar (mais) pelas operações contrasta com aquilo que acontece nas transferências usando caixas multibanco: essas são obrigatoriamente gratuitas em Portugal.

“Paga o que deves” e outras novidades do MB Way, que já é usado por quase um milhão