Cerca de 200 pessoas manifestaram-se este sábado em Castelo Branco, exigindo a abolição das portagens na A23 e A25, numa ação promovida pela Plataforma pela Reposição das Scut em que se ouviram duras críticas ao ministro das Infraestruturas, Pedro Marques.

As duas centenas de manifestantes percorreram uma das principais avenidas de Castelo Branco até chegarem à porta da Secretaria de Estado da Valorização do Interior, onde houve várias intervenções dos elementos que integram a Plataforma Pela Reposição das Scut (vias sem custo para os utilizadores) na A23 e A25.

“Estamos há muito tempo numa luta que sabíamos que ia ser dura, difícil e prolongada. Sabíamos que há uma distância muito grande entre a promessa eleitoral e aquilo que é, depois, a governação concreta”, afirmou Luís Garra, da União dos Sindicatos de Castelo Branco (USCB), uma das entidades que integra a Plataforma.

Este responsável teceu duras críticas ao ministro das Infraestruturas, Pedro Marques, acusando-o de se caracterizar pela “arrogância, pela prepotência e pela incapacidade de dialogar com quem representa as populações do interior do país”.

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“Aproveito o momento para dizer que se de facto o ministro Pedro Marques vai deixar de ser ministro esta é uma boa notícia para o interior. Será, provavelmente, uma má notícia para o Parlamento Europeu (?). Por isso lhe dizemos, vá! Vá em boa hora e não volte para ministro das portagens”, afirmou.

Luís Garra sublinhou ainda que a Plataforma sempre disse que aceitava negociar com o Governo uma fórmula para que a abolição fosse atingida através de reduções progressivas no valor das portagens.

“E, por isso, queremos dizer também que esta manifestação de disponibilidade para negociar se mantém intacta, com o Governo, com o primeiro-ministro, mas também com aquele que vier a ser nomeado ministro das Infraestruturas. Cá estaremos para discutir com ele, olhos nos olhos, para encontrar soluções”, sustentou.

Recordou ainda que através das ações que a Plataforma tem desenvolvido, já foram conseguidos alguns avanços nos objetivos traçados.

“Houve uma primeira redução de 15%, insuficiente. Agora, houve uma redução para os veículos de transportes de mercadorias. O Governo estava convencido que com esta redução última, nos iria dividir e nos iria calar. A resposta ao Governo veio de duas formas: A primeira, ninguém lhes bateu palmas, ninguém se entusiasmou. A segunda é a nossa presença aqui, os empresários, os sindicatos, as comissões de utentes a dizer ao Governo que não nos calam e não nos dividem”, concluiu.

Durante a manifestação foi lida e aprovada por unanimidade e aclamação, uma resolução que posteriormente foi entregue à chefe de gabinete do secretário de Estado da Valorização do Interior, João Paulo Catarino.

No documento, a Plataforma solicita uma audiência ao ministro das Infraestruturas que venha a ser empossado e define ainda a realização, no início de maio, de uma ação pública na fronteira de Vilar Formoso, envolvendo organizações e população de Portugal e de Espanha.

Define ainda a realização em junho, de uma ação no local onde se irá realizar a cimeira ibérica e a intervenção na campanha eleitoral para o Parlamento Europeu e para a Asssembleia da República, no sentido de exigir compromissos sérios de abolição das portagens aos partidos e aos seus candidatos.

Após a receção do documento na Secretaria de Estado da Valorização do Interior, os membros da Plataforma que foram recebidos pela chefe de gabinete, Carla Mendonça, comunicaram aos manifestantes que ficou agendada, para o dia 7 de março, uma reunião com o secretário de Estado João Paulo Catarino.