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O golo não foi seu mas Marega pode sorrir – é tudo menos fake news (a crónica do FC Porto-Marítimo)

Este artigo tem mais de 5 anos

Estava com pouca história, aos 8' deixou de ter: expulsão de Áfrico mudou o FC Porto-Marítimo (3-0). Corona foi o MVP, brasileiros mostraram pontaria afinada mas Marega, sem marcar, também saiu feliz.

Marega sofreu a falta que valeu o cartão vermelho direto a Lucas Áfrico no reencontro com a primeira equipa que teve em Portugal
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Marega sofreu a falta que valeu o cartão vermelho direto a Lucas Áfrico no reencontro com a primeira equipa que teve em Portugal

AFP/Getty Images

Marega sofreu a falta que valeu o cartão vermelho direto a Lucas Áfrico no reencontro com a primeira equipa que teve em Portugal

AFP/Getty Images

A frase, pelo peso que comportava e pelo interlocutor que a dizia, não passou ao lado de ninguém. “Moussa Marega atravessa atualmente um grande momento de forma, o que tem produzido pelo FC Porto é algo de extraordinário. Atualmente os meios de comunicação falam de muitos jogadores como Mbappé, Messi, Cristiano Ronaldo ou Salah, mas esquecem-se de falar do Moussa [Marega], que tem demonstrado ser capaz de marcar golos em todas as posições”. Uuuaaaaauuuu! Um grande elogio que vinha ainda para mais de um ex-Bola de Ouro que sabe do que fala, Luís Figo. Quase não parecia possível. E não era mesmo.

FC Porto vence Marítimo por 3-0 e sobe à liderança isolada da Liga (com mais um jogo)

“Dando uso ao direito de resposta que me assiste, venho, por este meio, desmentir as declarações publicadas no site Orange Football Club. Com todo o respeito que os atletas mencionados merecem, em situação alguma proferi tais afirmações. Trata-se portanto de fake news“, explicou o português através das suas redes sociais oficiais, numa mensagem em português e inglês para que chegasse a todo o mundo como as alegadas declarações que teria prestado e que não passam de uma invenção. O seu a seu dono, tudo esclarecido, bola para a frente. Mas voltemos a Marega. E ao que pode verdadeiramente ser comparável.

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No sorteio desta sexta-feira, a UEFA colocou Salah e Marega como grandes figuras do Liverpool-FC Porto que se avizinha, para os quartos da Liga dos Campeões. Que mais não fosse pela série de seis encontros consecutivos a marcar na principal competição europeia de clubes, um feito histórico no clube e sem muitos precedentes lá fora. Em condições normais, o maliano nem sequer devia ser notícia por estar de fora. Rebobinando o filme, o primeiro diagnóstico depois da lesão muscular contraída no nulo em Guimarães apontava para oito semanas de fora – ou seja, só regressaria aos relvados no final de março/início de abril. O trabalho com Eduardo Santos trouxe resultados e, ainda em fevereiro, já estava em plena competição. Esta noite, apesar de não ter conseguido marcar como estava a tornar-se regra nos últimos encontros com a equipa que o lançou em Portugal (entre as dúvidas todas sobre quem foi o autor do segundo golo, atribuído pela Liga a Éder Militão), merece ser distinguido.

FC Porto venceu Marítimo naquele que foi o primeiro jogo em que uma equipa não fez nenhum remate (MIGUEL RIOPA/AFP/Getty Images)

Ficha de jogo

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FC Porto-Marítimo, 3-0

26.ª jornada da Primeira Liga

Estádio do Dragão, no Porto

Árbitro: João Capela (AF Lisboa)

FC Porto: Iker Casillas; Éder Militão, Felipe, Pepe (Wilson Manafá, 46′), Alex Telles; Danilo, Herrera (Óliver Torres, 77′); Otávio (Brahimi, 70′), Corona; Marega e Soares

Suplentes não utilizados: Vaná; Maxi Pereira, Adrián López e Fernando Andrade

Treinador: Sérgio Conceição

Marítimo: Charles; Grolli, Lucas Áfrico, René Santos (Jean Cléber, 46′); Nanu, Gamboa, Barrera (Rodrigo Pinho, 73′), China, Pelágio (Correa, 65′); Getterson e Fabrício

Suplentes não utilizados: Amir; Bebeto, Edgar Costa e Joel Tagueu

Treinador: Petit

Golos: Alex Telles (56′, g.p.), Éder Militão (72′) e Brahimi (88′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Pepe (45+2′), Gamboa (55′) e Getterson (89′); cartão vermelho direto a Lucas Áfrico (8′)

O FC Porto-Marítimo foi um encontro que não teve muita história até aos oito minutos e deixou em definitivo de ter a partir desse momento. Logo a abrir, João Capela tinha assinalado uma grande penalidade de Nanu mas, ao ver as imagens no VAR, percebeu que a bola tinha sido cortada com o peito. Depois, numa falta sobre Marega, o árbitro enganou-se no jogador maritimista a quem exibiu o cartão amarelo, acertou depois com Lucas Áfrico e voltou a ir à TV do relvado por indicação do VAR para considerar que o derrube ao maliano tinha sido feito quando o avançado iria isolar-se em direção da baliza e expulsou o central brasileiro (8′). Os insulares não fizeram um único remate sequer à baliza de Casillas (nem enquadrado, nem para fora, nem intercetado) e o espanhol foi literalmente um espetador que de vez em quando (raramente, vá) tocava na bola. A expulsão mais rápida do Campeonato foi demasiado pesada para um Marítimo que aguentou ainda assim até à segunda parte, quando Alex Telles inaugurou o marcador numa grande penalidade. E sofreu apenas um golo de bola corrida.

Alex Telles e, na segunda parte, Wilson Manafá deram muita projeção ofensiva ao FC Porto. Corona voltou a fazer um jogão, conseguindo sempre criar alguma coisa quando tocava na bola entre remates, assistências ou passes a desequilibrar a defensiva contrária. Danilo está cada vez melhor em termos físicos – e com isso volta cada vez mais ao jogador que fica com o meio-campo para si. Depois, houve Marega. O maliano sofreu a falta que motivou a expulsão de Lucas Áfrico, teve várias assistências na área para Soares, acertou nas malhas laterais, viu Charles negar-lhe dois golos em boa situação e ainda criou confusão no lance em que Éder Militão visou a baliza no 2-0. Só isto daria todo o destaque. Mas foi na atitude, na vontade, na intensidade e na entrega ao jogo que deixou marca. Aos 90 minutos, ainda andava a fazer piques. Marega que, nesta fase, nem deveria contar. A influência do número 11 é tudo menos fake news, mesmo quando não consegue chegar ao final do jogo com golos. Por isso, teve razões para sorrir no final. Ele que, em condições normais, ainda deveria estar a ver o jogo na bancada por lesão.

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do FC Porto-Marítimo em vídeo]

O FC Porto apertava o cerco mas ainda tinha a malha demasiado larga. Marega, por duas vezes, tentou assistir na área Soares mas os passes acabaram por ser cortados pelos defesas insulares. Faltando espaço perante toda a aglomeração de unidades recuadas à entrada da área, Otávio arriscou a meia distância mas o remate saiu à figura de Charles (23′). No minuto seguinte, o brasileiro, que tinha sido o joker de Sérgio Conceição no jogo da Madeira, cruzou largo ao segundo poste para Marega desviar de primeira às malhas laterais (24′). Pouco depois, mais uma boa oportunidade para os azuis e brancos mas Charles saiu bem da baliza para fazer a “mancha” e evitar o golo do número 11, o mais ativo no decorrer da primeira meia hora de jogo (29′).

Os dragões, que chegaram a ter uma posse de bola na casa dos 85%, tinham colocado em termos médios todos os jogadores à exceção de Pepe (e Casillas, que não contou por ser quase um espetador sem bilhete a ver o encontro mais de perto), ao passo que o Marítimo deixava Getterson perdido na frente tipo ilha entre duas linhas defensivas muito juntas. A verdade é que, mesmo sem outra iniciativa que não fosse impedir o primeiro golo, a missão foi cumprida até ao intervalo entre sustos, como a defesa a que Charles foi obrigado após cabeceamento de Marega e o golo anulado a Danilo, no seguimento de um canto onde Herrera tinha acertado antes na trave. Os descontos acentuaram a pressão dos dragões mas sem efeito.

Para o segundo tempo, e percebendo que a tendência de ser um jogo de sentido único se ia adensar com o passar dos minutos, Sérgio Conceição não perdeu mais tempo e lançou em campo Wilson Manafá, tentando dar outra capacidade ofensiva ao flanco direito colocando Éder Militão ao lado de Felipe e tirando Pepe (já com amarelo). Foi por ali que tudo começaria em definitivo a cair para os insulares: em mais uma arrancada do antigo lateral do Portimonense, Soares rematou na área, Gamboa cortou com o braço e o árbitro entendeu que a volumetria em causa justificava a marcação de grande penalidade, apesar de ter sido um tiro muito em cima. Alex Telles não falhou e os dragões conseguiam finalmente furar a muralha defensiva dos insulares (56′).

Os níveis de ansiedade, ainda que de quando em vez com valores difíceis de entender, baixaram de forma substancial com o 1-0. E os dragões tiveram outra capacidade para definirem melhor as várias aproximações que iam fazendo à baliza de Charles. Todavia, e quase numa ideia paradoxal, só de bola parada chegaria o segundo golo da tranquilidade: canto na esquerda apontado por Alex Telles com o arco a fugir ao guarda-redes, cabeceamento de Éder Militão e (pelo menos fica essa ideia) ligeiro desvio de Marega à boca da área, em posição regular, perante a impotência do guardião brasileiro dos insulares (72′). O resultado nunca esteve em causa mas ficava ali arrumado de vez. E só não teve números mais expressivos porque, antes do 3-0 de Brahimi a fechar o jogo (88′), ainda houve uma bola ao poste de Soares e mais um golo de Danilo anulado por fora de jogo.

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