Rihanna tem andado nas bocas do mundo e 2019 tem tudo para ser o ano do grande triunfo da cantora como designer de moda. A confirmação de que a marca Fenty renasceria ainda este mês pelas mãos do grupo de luxo LVMH chegou há pouco mais de uma semana. Com sede em Paris e com Rihanna no papel de diretora criativa, a nova etiqueta será comercializada online, a partir de 29 de maio, mas chega mais cedo à cidade luz, através de uma pop-up store que inaugura já sexta-feira.

Em entrevista à T Magazine, revista do The New York Times, Rihanna fala pela primeira vez da nova aventura pelo mundo da moda, mas também do novo álbum — cujo título mais provável é “R9” –, ao mesmo tempo que surge numa produção fotográfica a usar algumas das peças que fazem parte da primeira coleção de Fenty.

“Tenho evoluindo aos poucos dentro do mundo da moda. Primeiro, ao vesti-la, comprá-la e sendo reconhecida pelo meu estilo, depois, ao colaborar com marcas. Nunca quis, simplesmente, pôr o meu nome em alguma coisa e vendê-lo. Sou de pôr as mãos na massa, por isso é que quis, também aos poucos, ir ganhando respeito enquanto designer”, afirmou Rihanna na entrevista publicada este domingo.

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Ao firmar a parceria com o maior grupo de luxo do mundo, Rihanna está a fazer história no setor. Ela não passa a ser apenas a primeira mulher a criar uma marca dentro do grupo, como a primeira mulher negra a encabeçar uma maison dentro do universo LVMH, que não criava uma nova marca deste o nascimento da Christian Lacroix, em 1987. A partir deste momento, Rihanna terá o estatuto de outros diretores criativos da casa, como é o caso de Nicolas Ghesquière na Louis Vuitton, Hedi Slimane na Celine, Maria Grazia Chiuri na Dior e Clare Waight Keller na Givenchy. A primeira ligação com o grupo francês veio com a marca Fenty Beauty, distribuída em exclusivo pela LVMH em vários países da Europa, através das lojas Sephora.

Rihanna admite que o seu sonho e a sua aspiração sempre foi a música. A moda, confessa, chegou inesperadamente. “Sempre me quis desafiar a mim mesma […]”, contou a cantora, vencedora de nove prémios Grammy. “Tenho de pensar no que vou fazer a seguir, o que é terrível porque as pessoas devem viver o momento. Simplesmente, comecei a criar ramificações em diferentes áreas criativas. É isso que me faz feliz”, continuou.

A cantora e designer afirma estar a aprender muito sobre tecidos e alfaiataria, já que o grupo francês lhe pôs à disposição os meios técnicos e pessoais para desenvolver a marca Fenty dentro do saber-fazer da tradição europeia. “Até fazer as roupas no segmento do luxo é diferente. Todas as técnicas são, tipo, surreais”, respondeu, ao mesmo tempo que assinalou a corpete como silhueta chave, que influencia fatos, vestidos, camisas e até blusões de ganga.

Ao mesmo tempo, Rihanna parece preparada para desafiar as barreiras de género no que toca ao vestuário. “Sou a minha própria musa. São calças de fato de treino com pérolas ou um blusão de ganga masculino com um corpete. Acho que vivemos num mundo onde as pessoas aceitam todas as partes delas mesmas. Olho para o Jaden Smith e para o Childish Gambino. Eles provocam-te para lhes dizeres que não podem”, afirmou.

Apesar de ter mergulhado no coração da herança de moda francesa, o respeito pela diversidade de corpos continua a ser uma prioridade para Rihanna, tal como já mostrou com as marcas anteriores, a Fenty Beauty e a Savage x Fenty. “Neste momento, sou volumosa e tenho curvas e, quer dizer, se não conseguir vestir as minhas próprias coisas isto não vai funcionar, certo? E o meu tamanho não é o maior. Está muito próximo do mais pequeno que temos, aliás. Nós vamos chegar ao 46 [tamanho francês]”, referiu a cantora.

Na mesma entrevista, Rihanna falou sobre o seu próximo álbum. “R9”, embora não seja o título definitivo, é a solução provisória, com fortes possibilidades de se concretizar. “Anti”, o último disco de Rihanna, foi editado em janeiro de 2016, já lá vão mais de três anos. A cantora negou os rumores de que estaria a colaborar com Lady Gaga e confirmou que o próximo álbum, que será o nono da carreira da artista, será de reggae.

De Barbados para Paris. Rihanna faz história dentro do maior império de luxo do mundo

A meio de entrevista, uma curiosidade. Questionada a palavra Fenty, sobrenome da família, Rihanna revelou desconhecer qual a origem. “É irlandês”, questionou? “É espanhol e português. Deriva da palavra ‘infante’, um título dos filhos da realeza”, explicou o entrevistador. “Estou a ficar louca com isto”, rematou.