“Em 1996, Mel Gibson, sob a direcção de Ron Howard, protagonizou um filme com um argumento genial”, é desta forma que Luís Filipe Menezes começa o longo post de Facebook onde oferece 2500€ a quem lhe der informações sobre a denuncia anónima que levou os Serviços Sociais a inspecionarem-lhe a casa, em busca de provas de alegados maus-tratos a idosos e crianças. A referência do ex-líder do PSD pode parecer rocambolesca, mas a história que se esconde por trás dela não lhe fica atrás.

“Um dono de uma companhia aérea viu o seu filho raptado e exigiram-lhe um resgate obsceno. Face à dúvida legítima de que o pagamento lhe restituísse o filho vivo, decidiu ir a uma estação de TV e oferecer o dobro do que lhe pediam a quem lhe desse informações fidedignas sobre quem o teria em cativeiro. Brilhantemente, decidiu inverter os dados do jogo. Dessa forma recuperou o seu filho são e salvo e levou à morte e prisão de todos os raptores”, escreveu Menezes.

Esta pequena sinopse, também ela parte integrante da dita publicação na sua página pessoal de Facebook, resume a história do filme “O Preço de Um Resgate”, que é protagonizada por Mel Gibson e serviu de inspiração para aquilo que Menezes está a tentar fazer.

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O ex-autarca de Vila Nova de Gaia explica que recebeu a visita “de duas profissionais corretíssimas” que iam fazer-lhe uma “vistoria” à casa, espaço que, segundo uma tal denúncia anónima, era referenciada como “um local onde tratavam mal, desumanamente, idosos e ainda onde se encontravam crianças menores abandonadas.” As representantes dos Serviços Sociais nada encontraram mas Menezes, que reforça a sua “dedicação doentia, de sempre” para com os “seus” idosos e crianças, decidiu ripostar.

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Depois de, segundo o próprio, ser várias vezes alvo de denúncias anónimas, Menezes pretende acabar com “esta pouca vergonha” fiando-se numa recompensa de 2.500€.

“Após trocar impressões com os familiares mais próximos, tomamos uma decisão. Não somos ricos, mas entre nós e os nossos pais fizemos uma quotização e oferecemos uma recompensa de 2.500 euros, a quem nos fizer chegar confidencialmente – pode ser por Messenger, Whatsapp ou e-mail – informação fidedigna, sujeita a prova ou a indício muito forte, sobre a identidade do autor ou autores dessa denúncia anónima. Com essa informação poderemos acionar uma queixa crime que pode terminar num crime público por denúncia caluniosa”, explica.

Em jeito de conclusão, termina o post dizendo que toma “esta atitude radical” para “o bem de toda a comunidade a que pertence” e porque “não pode andar permanentemente ao sabor desta pouca vergonha.” “Será este o caminho que seguiremos no futuro sempre que a cobardia reles nos bater à porta”, conclui.