A ministra da Cultura, Graça Fonseca, manifestou esta sexta-feira a vontade de transformar a arquitetura portuguesa em “algo de central na política pública de cultura e de outras áreas da esfera do Governo”.
Graça Fonseca falava aos jornalistas em Matosinhos, onde presidiu à assinatura de um protocolo entre a Direção-Geral das Artes e a Casa da Arquitetura, relativo ao depósito do acervo das representações portuguesas na Bienal de Arquitetura de Veneza e a uma parceria para estimular a divulgação, conservação, estudo e acessibilidade da arquitetura contemporânea portuguesa, junto dos profissionais, estudantes e públicos.
“O foco da Casa da Arquitetura é projetar a arquitetura não só na sua área mais ligada com a dimensão cultural, mas também enquanto atividade económica”, acrescentou a ministra.
O anúncio da parceria tem como objetivo promover a arquitetura contemporânea portuguesa, pelo que a tutela se dispõe a “apoiar as atividades desenvolvidas pela Casa da Arquitetura entre 2019 e 2020″. Estas atividades incluem não só o tratamento preventivo e arquivístico de acervos, espólios e coleções nacionais e internacionais, como também a promoção e divulgação pública da arquitetura e a realização de exposições.
O protocolo celebrado esta sexta-feira entre o Estado a Casa da Arquitetura, permite que esta instituição concretize, durante um ano, um conjunto de atividades bem definidas”, tendo como contrapartida um financiamento estatal de 250 mil euros.
“No final do primeiro ano de vigência, vamos fazer uma avaliação, sendo que a vontade do governo é que ele venha a ser renovado nos anos seguintes”, sublinhou Graça Fonseca.
O protocolo foi assinado pelo diretor geral das Artes, Américo Rodrigues, e pelo diretor executivo da Casa da Arquitetura, arquiteto Nuno Sampaio.
Ao abrigo desta parceria, está prevista a realização, em 2020, de uma exposição e de uma publicação dedicadas à presença internacional em representação no domínio da arquitetura.
Nuno Sampaio congratula-se com “este primeiro passo de reconhecimento por parte do Estado do trabalho da instituição e da importância da arquitetura, “tal como foi reconhecido pelo primeiro-ministro, António Costa, no momento da inauguração da Casa, em novembro de 2017.”
A Casa da Arquitetura é um projeto dedicado à divulgação, ao arquivo e à valorização da arquitetura. Ocupa parte de uma propriedade anteriormente pertencentes à Real Vinícola, em Matosinhos.
No seu acervo estão já representados, entre outros, projetos e maquetas dos três prémios Pritzker de língua portuguesa: Álvaro Siza Vieira, Eduardo Souto de Moura e Paulo Mendes da Rocha.