Cristiano Ronaldo foi ouvido na sede da Polícia Judiciária no âmbito da investigação ao hacker Rui Pinto, escreve este sábado o Diário de Notícias. O futebolista foi, de acordo com o DN, ouvido na qualidade de testemunha, enquanto vítima da pirataria informática de Rui Pinto.
O hacker, detido desde março, está a ser investigado por alegados crimes de tentativa de extorsão, acesso ilegítimo, violação de segredo e ofensa à pessoa coletiva, por ter acedido aos sistemas informáticos do fundo Doyen Sports — foi essa a queixa que motivou o mandado de detenção que acabaria por trazê-lo da Hungria para Portugal —, mas também terá acedido aos sistemas de clubes de futebol portugueses e internacionais, de advogados e até de jogadores.
Entre as vítimas estarão Cristiano Ronaldo e os seus advogados. Aliás, terá sido Rui Pinto a ter acesso ao acordo entre Ronaldo e Kathryn Mayorga, a mulher norte-americana que acusou o futebolista de violação, e terá estado na origem das notícias sobre o caso, publicadas no ano passado pela revista alemã Der Spiegel.
No âmbito da investigação aos alegados crimes cometidos por Rui Pinto — que divide opiniões entre quem o considera um pirata informático e quem o classifica como um denunciante que deve ser protegido —, a Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica terá aproveitado a passagem de Cristiano Ronaldo por Portugal para assistir à Liga das Nações para o ouvir na qualidade de testemunha.
A audição de Ronaldo na sede da Polícia Judiciária, em Lisboa, foi realizada de forma discreta para não atrair atenções, avança agora o Diário de Notícias, que cita uma fonte judicial.
A investigação a Rui Pinto tem incluído, acrescenta o mesmo jornal, audições com várias outras das alegadas vítimas do hacker — que incluem elementos do DCIAP, de escritórios de advogados e da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna.
O Ministério Público queria que o processo fosse considerado de especial complexidade e que o prazo da investigação fosse alargado em seis meses, para permitir a recolha de provas — que está a ser lenta, devido à dificuldade em desencriptar a informação dos computadores apreendidos a Rui Pinto. Porém, o juiz decidiu não aceitar este pedido do MP.