Mais de metade das ambulâncias do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) estiveram paradas durante cinco dias em julho, no Porto, por falta de pessoal, noticiou esta sexta-feira o Jornal de Notícias. Segundo o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, os trabalhadores “estão a ser escalados para regressar de férias aos sábados, domingos e feriados”, algo que motivou a organização a apresentar uma queixa na Inspeção-Geral das Atividades de Saúde.

Pedro Moreira, diretor-geral do sindicato, afirma que este é um problema antigo mas que se tem agravado com o passar dos anos porque “a saída dos técnicos é mais rápida do que a entrada de novos profissionais”: “Precisamos de 400 técnicos para já e o Governo só autorizou 150”, desvendou. Para colmatar o problema, o INEM tem chamado os técnicos do Sistema Integrado de Emergência Médica, bombeiros e Cruz Vermelha para atender aos pedidos de socorro.

Mas isso não basta, alerta Pedro Moreira: “O socorro à população não está a funcionar bem na vertente de emergência” porque nem os técnicos do INEM nem os parceiros de outras organizações conseguem “garantir esse socorro no menor tempo possível”, explicou ao JN. Prova disso, indica, é o facto de, na tarde de 20 de julho e de 21 de julho, cinco das nove ambulâncias terem estado paradas por falta de pessoal.

Contactado pelo Jornal de Notícias, o INEM não quis esclarecer qual é a taxa de inoperacionalidade mas garante que “o SIEM assegura e continuará a assegurar uma resposta de inquestionável qualidade a que precise de cuidados de emergência médica”. Mas o problema, ripostou Pedro Moreira, é que até “os parceiros estão a ficar sobrecarregados e podem também ter a sua missão em risco”. Jaime Marta Soares, presidente da Liga Portuguesa dos Bombeiros, desvaloriza: “Não é um risco maior do que aquele a que os bombeiros estão habituados”.

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