A Maternidade Alfredo da Costa (MAC) em Lisboa deixou de receber grávidas vindas de fora no serviço de urgência esta manhã de domingo, por falta de anestesistas, avançou o Expresso citando uma fonte do hospital. No entanto, fonte oficial do Centro Hospitalar Lisboa Central desmentiu ao Observador que o serviço de urgências da MAC esteja encerrado.

Segundo o Expresso, a diretora clínica já tinha dado ordem no sábado para que fossem recebidas apenas três grávidas, mas decidiu encerrar o serviço já este domingo porque, às oito da manhã, só havia um anestesista disponível. A situação deveria manter-se pelo menos até às 20 horas, mas entretanto o serviço terá reaberto com o reforço na equipa de anestesistas. Ao Observador, a fonte do Centro Hospitalar Lisboa Central adiantou que a própria diretora entrou ao serviço por causa de um buraco na escala de anestesistas, o que terá acontecido ao longo da manhã permitindo ter o as urgências abertas.

O jornal adianta que durante a madrugada, a MAC tentou transferir uma grávida para outro hospital, mas as cinco unidades contactadas na área da Grande Lisboa recusaram, com o argumento de que não tinham capacidade para receber a paciente, cujo parto acabou por ser feito na Alfredo da Costa.

De acordo com a fonte do Expresso, “há vários dias que o Centro de Orientação de Doentes Urgentes [CODU] estava em contingência”, o que levou a direção a limitar o número de novas admissões a três mulheres. Esse número foi ultrapassado durante a madrugada de domingo. Agora, todas as grávidas que precisassem de assistências, exceto as que já estavam internadas na maternidade, deviam ser encaminhadas para outros centros hospitalares.

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Uma outra fonte daquela unidade hospitalar explicou ao Observador que estas falhas acontecem pontualmente por falta de anestesistas, uma vez que estão impossibilitados de contratar mais. Quando tal acontece, optam por encerrar a urgência ao exterior. “De resto continua a funcionar normalmente”, garante.

O problema nas urgências da MAC acontece no dia em que o Serviço Nacional de Saúde celebra 40 anos.

Marta Temido: “Temos constrangimentos [no SNS], mas continuamos sempre a trabalhar”

A ministra da Saúde garantiu, este domingo, que a Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa, iria retomar o normal funcionamento a partir das 20 horas, admitindo que o serviço de anestesiologia esteve em contingência por falta de anestesistas, como aliás já tinha sido noticiado pelo Expresso.

“Hoje a MAC estava em contingência, relativamente à escala de anestesiologia mas a própria diretora de serviço se disponibilizou para resolver e ultrapassar a situação. De resto, agora a partir das 20 horas, vamos entrar em total normal funcionamento ao nível da MAC”, disse Marta Temido aos jornalistas, como o Observador já tinha confirmado esta manhã com o Centro Hospitalar Lisboa Central.

Em declarações em Coimbra, à margem de uma cerimónia comemorativa dos 40 anos do SNS, a governante assumiu que têm existido “constrangimentos no completar das escalas de Urgência em alguns hospitais”, mas essas dificuldades têm sido ultrapassadas “com a colaboração e disponibilidade dos profissionais do SNS”.

Hospital Garcia de Orta apresentou escala de cirurgia sem cirurgiões

Outra das situações verificou-se no final desta semana, com o não preenchimento da escala da urgência da Cirurgia Geral do Hospital Garcia de Orta, que levou, inclusivamente, à demissão de 10 chefes de equipa de urgência de Medicina Interna. O sindicato acusou o hospital de não ter nenhum cirurgião geral numa escala que devia ter cinco, a ministra diz que a situação ficou resolvida com a entrada na escala do diretor do serviço de cirurgia geral.

Para Marta Temido, o mais importante este domingo era a celebração dos 40 anos do SNS. “Penso que hoje, que se assinalam 40 anos sobre a lei fundadora do Serviço Nacional de Saúde, é isso que vale a pena sublinhar. É que os portugueses podem estar tranquilos porque o SNS funciona, tem profissionais altamente dedicados, temos dificuldades, temos constrangimentos, mas continuamos sempre a trabalhar.”

Atualizado às 19h50 com as declarações da ministra da Saúde, Marta Temido