O Parlamento são-tomense convocou para esta quarta-feira o bispo da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) para explicar as razões da prisão de um elemento desta congregação na Costa do Marfim, indicou fonte parlamentar.

O bispo foi convocado, mas ele não compareceu e decidiu enviar o seu representante. A Assembleia Nacional, quando convoca qualquer entidade, esta deve comparecer, de acordo com a lei. Por isso decidimos enviar uma nova convocatória para quarta-feira”, disse a porta-voz da comissão parlamentar de inquérito, Alda Ramos, sublinhando que “se na quarta-feira, [o bispo] não comparecer, a Assembleia poderá acionar outros mecanismos”.

Um cidadão são-tomense e pastor da IURD há 14 anos, foi preso há quase um mês na Costa do Marfim por denúncias de difamação e calúnias contra esta igreja, feitas por representantes desta congregação, tendo a mulher, grávida, sido deportada para São Tomé no fim de setembro.

A situação é deveras preocupante, tendo em conta que isto briga com a vida de um cidadão são-tomense. Ele saiu daqui em 2008 numa missão da igreja universal e esta igreja cá em São Tomé deve responsabilizar-se, encetar todos os esforços para que coloque este cidadão no seu país”, explicou Alda Ramos.

A denúncia da prisão do cidadão são-tomense na Costa do Marfim foi feita pela mulher, que revelou vários outros episódios, incluindo a obrigatoriedade do seu marido fazer vasectomia.

“Ele está preso, mas nós precisamos saber como é que essa situação ocorreu. As condições como a mulher regressou a São Tomé foram uma situação bastante desumana. Pensamos que a Igreja Universal não fez da melhor forma o seu papel“, lamentou a porta-voz do parlamento.

A comissão parlamentar de inquérito havia convocado segunda-feira o bispo da IURD para uma audição, mas este não compareceu, enviando em sua representação um dos pastores da igreja. A comissão parlamentar recusou-se a ouvir o pastor, tendo comunicado a este que a presença do bispo no interrogatório é “imprescindível”.

“Precisamos de auscultar o senhor bispo, ele não pode estar acima da casa parlamentar”, referiu Alda Ramos, tendo sublinhando que “a Assembleia Nacional vai acionar todos os mecanismos legais para que este cidadão regresse ao seu país são e salvo”. “Se isto não acontecer, a Igreja Universal poderá responder por esta situação que é para nós bastante preocupante”, sublinhou.

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