A Toyota revelou a nova geração do Yaris, que vai mostrar ao público no Salão de Tóquio, no final do mês. Mas à Europa, em especial a Portugal, o novo modelo citadino do fabricante japonês apenas chegará em Junho de 2020.
O que mais salta à vista no novo modelo é uma estética mais de acordo com o bom-gosto europeu, ainda que se trate de um carro global, para vender nos quatro cantos do mundo (embora no Japão seja 5 cm mais estreito, para ficar abaixo de 1,7 metros e, assim, usufruir de vantagens fiscais). Afirma a Toyota que este Yaris foi desenhado por estilistas europeus no Japão e o resultado parece confirmar a validade da decisão, sendo que adere à moda do Velho Continente, que consiste em desenhar veículos deste segmento com carroçarias de apenas cinco portas.
De fita métrica em punho, é possível verificar que o novo Yaris praticamente mantém o comprimento (é mesmo 0,5 cm mais curto), mas como é 5 cm mais largo e 4 cm mais baixo, transmite a sensação de maior robustez e maior equilíbrio, ao contrário do que acontecia até aqui, com um veículo demasiado estreito e alto. Mas o mais importante é o incremento de 5 cm na distância entre eixos, destinado a resolver um dos maiores problemas do velho Yaris: a falta de espaço para as pernas dos ocupantes do assento posterior.
A grande mexida nas dimensões foi facilitada pela mudança da plataforma, com o novo Yaris a recorrer à nova TNGA-B, uma variante da TNGA-C a que recorre o Prius, o Corolla e o C-HR. Mais rígida, a nova plataforma está agora mais à vontade para alojar mecânicas híbridas e até híbridas plug-in, ainda que, segundo o construtor, o Yaris não deva recorrer a esta solução PHEV. Pena que a Toyota não tenha aproveitado a ocasião para dar ao Yaris uma mala mais generosa. A nova capacidade não foi revelada, tendo apenas sido dito que seria similar à antiga, e 286 litros é pouco para os dias que correm.
Além da estética mais atraente e das maiores dimensões, o Yaris vai impor-se no capítulo da mecânica. O motor 1.0 vai continuar a ser oferecido, pelo menos para o mercado português, mas a novidade surge com o 1.5 híbrido, que recorre a um sem-número de atributos para atrair clientela. Para começar, o motor a gasolina atmosférico mantém os 1,5 litros mas é mais compacto (passa de quatro a três cilindros, sendo um 2.0 ao qual retiraram um cilindro), recorre a um motor eléctrico mais potente e a uma bateria com maior capacidade e nova tecnologia.
Um novo motor cheio de argumentos
Em relação ao motor, a Toyota não revela a potência, mas avança que terá mais 15% de potência. De caminho, afirma que é 20% menos guloso, no que respeita à gasolina, o que lhe permite emitir menos 20% de CO2. O novo motor a combustão está associado a uma caixa de velocidades sem embraiagem e sem mudanças, com dois motores eléctricos de maior capacidade. O primeiro está encarregue de gerar energia e modular a transmissão de potência do motor de combustão, agindo como se se tratasse de uma caixa de variação contínua, mas com menos deslizamento. O segundo motor aumenta de potência, fornecendo agora 80 cv e 141 Nm (rodando até às 17.000 rpm), existindo exclusivamente para ajudar a unidade a gasolina e locomover o Yaris quando em modo eléctrico.
A bateria é nova e finalmente adopta a tecnologia de iões de lítio, com a Toyota a finalmente assumir que esta solução é melhor e mais eficiente, mas mais cara do que as antigas, de hidreto metálico de níquel (Ni-MH), que ainda usa em alguns modelos. Isto permite-lhe ser mais leve e, simultaneamente, ter maior capacidade, o que o Yaris usa para percorrer maior distância em modo eléctrico (ainda que não a tenha mencionado), elevando de 50 km/h para 120 km/h a velocidade máxima atingida quando circula impulsionado exclusivamente pelo motor alimentado por acumulador. Os técnicos nipónicos confirmam que, em percurso urbano, o Yaris híbrido é capaz de funcionar 80% do tempo em modo eléctrico, reduzindo consumos e emissões.
A Toyota pensa manter com o novo Yaris o volume de vendas de 3.000 unidades por ano, conseguidos com a geração actual, prevendo que os clientes optem em cerca de 50% dos casos pelo motor híbrido (hoje esta percentagem está nos 47%). Exclusivamente entre os clientes particulares, o peso da opção híbrida sobe para os 67%, sendo que o preço de ambas as motorizações apenas será revelado mais tarde.