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"Falta de rumo" e "gestão danosa" do Sporting. Claques questionam legalidade da rescisão do protocolo

Este artigo tem mais de 5 anos

Para a Juventude Leonina, o comunicado do Sporting a anunciar a rescisão dos protocolos "é só mais um episódio triste da direção". "Renunciamos a qualquer forma de violência", acrescenta a claque.

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AFP/Getty Images

AFP/Getty Images

A decisão do Sporting de rescindir os protocolos com as claques Juventude Leonina e Directivo XXI (DUXXI), face à “escalada de violência” no jogo em que os leões perderam 2-0 com o Alverca, foi uma “surpresa” para as claques, que prometeram uma resposta para esta segunda-feira. Às 19h06, a JuveLeo publicava uma nota no Facebook sobre a decisão, que classifica como o reflexo da “falta de rumo de um clube sem liderança, assente em incompetência e que necessita apenas de ‘bodes expiatórios’ para se livrar de atenções indesejadas”.

Sporting rescinde protocolos com Juve Leo e Directivo XXI. “É altura de dizer basta” a “comportamentos violentos”

Referindo que apenas teve conhecimento da situação “por intermédio da comunicação social”, a Juventude Leonina questiona os motivos que levaram o Sporting tomar esta decisão, considerando que o comunicado do clube “é só mais um episódio triste da direção”.

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No comunicado que o Sporting publicou este domingo há muitas acusações à Juve Leo e DUXXI. Lê-se, por exemplo, que “uma claque, seja ela qual for, tem uma função: apoiar as equipas do clube”. A claque dos leões, por sua vez, responde que os seus estatutos “são soberanos no que diz respeito aos objetivos prosseguidos: apoiar todas as equipas do Sporting”. “Em lado algum se encontra o dever de apoiar Direções”, referiu na nota desta segunda-feira.

A Juve Leo disse ainda que, “não habita dúvida” de que o protocolo com o Sporting “já não se encontra em vigor”, mas diz-se desconfiada quanto legalidade desta rescisão: “Resta saber se a resolução operada é licita, porquanto deveria ter sido devidamente fundamentada. Não cremos que o alicerce ‘(…) terem vindo a faltar sistematicamente no apoio devido aos atletas do Sporting CP (…)’, possa ter qualquer sustentação”. Além disso, acrescenta o comunicado, a decisão “deve ser comunicada por escrito, por carta registada c/aviso de receção ou por correio eletrónico”.

“A contestação que atualmente se faz notar provém dos adeptos em geral e não em particular de nenhuma claque, e dirigida à atual direção”, explica a claque na nota publicada, colocando de seguida um conjunto de questões, que vão desde os últimos resultados partirem “do apoio ou da má gestão”, de uma época preparada “com amadorismo”  à venda de jogadores titulares “no último dia do mercado” — dando o exemplo de Raphinha.

É do apoio ou da má gestão que se perde uma Supertaça por números absurdos e aparece um Presidente a dizer que não está preocupado? E quando existem resultados ininterruptamente negativos e lesivos à boa imagem do Sporting? Que líder aparece para falar?”, questionam.

A claque refere ainda no comunicado que “é constrangedor assistir à carência de conhecimento das pastas do clube”, bem como “as entrevistas dadas”, o “discurso pré-preparado sem qualquer conteúdo” e atirando ainda a “incapacidade sequer de articularem uma frase com princípio meio e fim”. “É mau demais para ser verdade”.

Por fim, a Juve  Leo termina com a garantia de que renuncia “aceitar guerrilhas internas de um clube que deve ser movido por estrita paixão. “Renunciamos a qualquer forma de violência. Razão pela qual, esclarecemos que o incidente com o veículo de um membro da Direção não tem qualquer relação com a claque que, ainda que desagradada com a falta de rumo, se recusa acolher o desacato como forma de alerta”, acrescentaram.

Um comunicado que é uma “clara tentativa de camuflar a crise vivida”

Também o Directivo Ultras XXI emitiu um comunicado onde referiu foi “surpreendido, uma vez mais” com o comunicado do Sporting a anunciar a rescisão do protocolo, acrescentado que este comunicado foi emitido “num momento em que tudo serve para afastar do espaço mediático as merecidas críticas e a contestação a uma gestão danosa dos destinos do Clube e da SAD”.

Não deixamos de registar e lamentar o timing escolhido para a publicação do referido comunicado, numa clara tentativa de camuflar a crise vivida e, em especial, a vergonhosa eliminação da Taça de Portugal, retirando estes temas da habitual discussão televisiva de domingo à noite, fazendo das ‘claques’ o bode expiatório ideal”, referiu ainda o Directivo Ultras XXI.

Esta claque leonina referiu ainda, numa publicação no Facebook, que durante esta segunda-feira tentou “obter internamente informações e esclarecimentos junto da Direção do Sporting”, mas “lamentavelmente, não foi prestado qualquer esclarecimento sobre o assunto ou estabelecido qualquer contacto institucional no sentido de promover o desejável diálogo entre as partes”.

O Directivo Ultras XXI acrescenta que o comunicado do Sporting foi “carecido de qualquer nexo ou fundamento” e que há formalismos contratuais que “até ao momento, não foram cumpridos”.

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