Olá

862kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Corona é bom de se assoar mesmo quando a equipa aVARia (a crónica do V. Guimarães-FC Porto)

Este artigo tem mais de 4 anos

V. Guimarães teve jogo na mão mas ofereceu-o 80 segundos depois ao FC Porto antes de Corona servir de bandeja mais uma assistência que colocou dragões na final da Taça da Liga com VAR à mistura (2-1).

Soares completou a reviravolta do FC Porto em menos de dez minutos na meia-final da Taça da Liga frente ao V. Guimarães
i

Soares completou a reviravolta do FC Porto em menos de dez minutos na meia-final da Taça da Liga frente ao V. Guimarães

Getty Images

Soares completou a reviravolta do FC Porto em menos de dez minutos na meia-final da Taça da Liga frente ao V. Guimarães

Getty Images

“Não tenho de comentar críticas dos adeptos. Não comento até porque, quando cheguei aqui, o FC Porto tinha quatro anos em que não ganhou nada e normalmente as expetativas são baixas, aí a exigência acaba por baixar. Quando se consegue levantar o FC Porto, acabar com a hegemonia do Benfica, quando se ganha um Campeonato, a exigência começa a aumentar. Como sou um homem do futebol, gosto da pressão, gosto disto. Se vou comentar essas opiniões todas não me foco no mais importante que é fazer com que os adeptos não voltem a criticar. Quando ganho batem palmas, quando perco assobiam e mostram lenços. Os lenços brancos, utilizo-os para me assoar ou para limpar o suor do trabalho aqui, todos os dias. Isso não me pode condicionar no trabalho”.

https://observador.pt/2020/01/22/v-guimaraes-fc-porto-minhotos-querem-primeira-final-dragoes-procuram-primeiro-triunfo-na-prova/

Sérgio Conceição costuma ser muito direto nas abordagens que tem aos mais diversos assuntos antes e/ou depois dos jogos mas no lançamento deixou nas entrelinhas uma questão que para bom entendedor era fácil entender: a gratidão ou a falta dela. A reação após a derrota do Sp. Braga, também ela apelidada de ingrata pelo treinador dos azuis e brancos, não caiu da melhor forma junto de um grupo que sentiu ter dado tudo até ao limite num encontro atípico em que foram falhadas duas grandes penalidades – e com o técnico à cabeça dessa incompreensão. Por isso, a meia-final da Taça da Liga frente ao V. Guimarães era também um teste à capacidade de reação da equipa que, após ter estado em desvantagem na segunda parte, conseguiu fazer a reviravolta em dez minutos (2-1).

Soares, que marcou pelo nono jogo consecutivo como titular, foi de novo a figura em foco a par de Diogo Costa, o jovem guarda-redes que voltou a ser aposta e que esteve envolvido num lance que daria nos descontos o empate aos vimaranenses antes de ser anulado por ação do vídeo-árbitro (e confirmação de Jorge Sousa). No entanto, o MVP da partida foi o do costume: Corona. Que começou por dar profundidade ao flanco direito como lateral, que foi o fator de desequilíbrio como ala e que já superou o número recorde de assistências numa época (13). Usando a analogia de Sérgio Conceição, o mexicano continua a ser bom de se assoar nos momentos em que a equipa mais precisa e até naqueles em que, com uma final na mão, aVARia e permite que o adversário ande perto do empate.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Ficha de jogo

Mostrar Esconder

V. Guimarães-FC Porto, 1-2

Meia-final da Taça da Liga

Estádio Municipal de Braga

Árbitro: Jorge Sousa (AF Porto)

V. Guimarães: Douglas; Victor García (Rochinha, 83′), Tapsoba, Pedro Henrique, Florent; Pêpê, André André (Poha, 71′), Lucas Evangelista (João Pedro, 77′); Marcus Edwards, Davidson e Bonatini

Suplentes não utilizados: Miguel Silva, Frederico Venâncio, Rafa Soares e João Carlos Teixeira

Treinador: Ivo Vieira

FC Porto: Diogo Costa; Corona, Mbemba, Marcano, Alex Telles; Sérgio Oliveira, Uribe (Wilson Manafá, 68′); Otávio (Vítor Ferreira, 86′), Luis Díaz; Marega (Romário Baró, 77′) e Soares

Suplentes não utilizados: Marchesín, Diogo Leite, Aboubakar e Fábio Silva

Treinador: Sérgio Conceição

Golos: Tapsoba (65′, g.p.), Alex Telles (66′) e Soares (75′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Corona (29′), Marcano (70′), Luis Díaz (88) e Pêpê (90+3′)

O encontro começou com um encaixe quase perfeito em termos táticos e um zero redondo de oportunidades nos 20 minutos iniciais. Lucas Evangelista, um gigante a meio-campo no arranque a ganhar duelos atrás de duelos, teve um papel importante no condicionamento da construção dos azuis e brancos pelo corredor central mas também Sérgio Oliveira teve grandes dificuldades em dominar uma zona que tinha sido apontada como um calcanhar de Aquiles na derrota com o Sp. Braga e não melhorou muito com a troca por Danilo (que nem nos 18 entrou). Assim, a única nota de registo foi mesmo o arremesso de tochas por parte dos adeptos vimaranenses que levou à curta interrupção da partida e que parece estar a tornar-se moda nos estádios portugueses nas últimas semanas.

Foi preciso esperar até ao 20.º minuto do encontro para ver um remate enquadrado e outro com perigo: primeiro foi Douglas a desviar bem um remate de Marega na área descaído sobre o lado direito e depois, no seguimento, Uribe a rematar perto da trave da baliza dos minhotos. O primeiro sinal de perigo dos azuis e brancos estava dado mas não teria propriamente a cadência desejada: enquanto o V. Guimarães vivia muito à base das iniciativas de Marcus Edwards quando chegava ao último terço, os dragões mantinham os problemas em fazer chegar a bola às zonas de finalização e foi através de um remate de fora da área do maliano após um lance confuso e com ressaltos pelo meio que surgiu a segunda tentativa enquadrada, com defesa de Douglas para canto (33′).

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do V. Guimarães-FC Porto em vídeo]

O intervalo chegaria mesmo com o nulo mas não sem antes as duas equipas repartirem oportunidades entre si, no caso dos vimaranenses a primeira mais flagrante do encontro: já depois de um cabeceamento de Mbemba após livre lateral bem travado por Douglas (42′), Davidson aproveitou uma segunda bola que sobrou para a zona de tiro mas o remate forte acabou por sair por cima da baliza de Diogo Costa, sem defesas na primeira parte (45+1′).

Mesmo sem alteração de jogadores, a segunda parte começou de forma diferente e com os reposicionamentos feitos por Ivo Vieira a surtirem efeito: o V. Guimarães ganhou o meio-campo, passou a ter muito mais posse e ameaçou a baliza do FC Porto por Bonatini, avançado que teve poucas oportunidades para se mostrar entre Mbemba e Marcano (56′). Quase como “prémio” por essa entrada que deixou os dragões em dificuldades para reentrar na partida, os minhotos conseguiram chegar à vantagem através de uma grande penalidade por falta de Soares sobre Bonatini que motivou protestos dos azuis e brancos mas que foi convertida de forma irrepreensível pelo central Tapsoba, defesa goleador que leva já um total de oito golos na presente temporada (65′).

Os vimaranenses, que tentavam a primeira final de sempre da Taça da Liga, tinham feito aquilo que à partida era o mais complicado mas demoraram apenas 80 segundos a facilitar em demasia a tarefa de recuperação do FC Porto: num lance com várias falhas de posicionamento e onde ninguém conseguiu evitar que a segunda bola caísse para os azuis e brancos, Alex Telles fez o empate com um grande remate em arco de pé esquerdo de fora da área que deixou Douglas a tentar desviar a bola com os olhos (66′). O encontro estava de novo empatado mas com os dragões num estado anímico diferente que aproveitariam da melhor forma já com Corona como ala, tendo Wilson Manafá no apoio como lateral: lançamento em profundidade do mexicano, velocidade de ponta a não permitir que Florent fizesse o corte para canto e assistência para o toque final de Soares a fazer a reviravolta (75′).

O FC Porto tentou depois fazer a gestão possível dos acontecimentos, não tendo a capacidade para chegar à frente e “matar” o encontro mas reforçando o corredor central para tentar congelar o jogo e não sofrer o empate, cenário que esteve próximo no quarto minuto de descontos quando João Pedro chegou a rematar para a baliza deserta antes de Jorge Sousa receber a indicação do VAR de falta sobre Diogo Costa e confirmar depois nos ecrãs no relvado. Sérgio Conceição, após ouvir o apito final, deu um prolongado abraço ao jovem guarda-redes, muito confortado por todos os companheiros. Mas esse gesto poderia ser alargado a Corona, que nos últimos sete jogos fez assistências para golo em seis e empurrou os dragões para a quarta final da Taça da Liga na história (ainda em vitórias).

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.