O Sindicato Nacional dos Profissionais da ASAE (SNP-ASAE) defendeu esta quarta-feira uma “punição exemplar” para os inspetores da instituição detidos, na terça-feira, caso venham a ser provadas as suspeitas de corrupção passiva.

Cinco inspetores da ASAE detidos por suspeitas de corrupção

Não descurando o princípio da presunção de inocência, o SNP-ASAE solicita uma justiça célere, justa e imparcial e, caso seja provada a culpa, que a devida punição seja exemplar, bem como todo o procedimento disciplinar interno que deverá ter lugar”, afirma o sindicato numa nota enviada à agência Lusa.

A detenção pela Polícia Judiciária de cinco inspetores da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), dois dos quais atualmente aposentados, “coloca em causa seriamente a imagem deste órgão de polícia criminal”, lamenta a direção nacional do sindicato, com sede em Coimbra.

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O SNP-ASAE “vem publicamente repudiar qualquer comportamento anti-deontológico que ponha em causa a credibilidade, honra e profissionalismo” dos funcionários da ASAE.

Realizada pela PJ no âmbito de dois inquéritos dirigidos pela 1.ª Secção do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional de Lisboa, a operação “não poderá colocar em causa a confiança da população em geral nos profissionais da ASAE, que lutam diariamente e de forma abnegada, com elevado espírito de missão e profissionalidade exímia pela segurança dos consumidores, muitas das vezes em situações de elevada adversidade”, adianta.

Os atos de corrupção imputados aos cinco detidos estão relacionados com ações de fiscalização.

Na terça-feira, num comunicado conjunto que não identificou os detidos como inspetores da ASAE, o Ministério Público e a PJ esclareceram que em causa está a “transmissão de informações privilegiadas” a estabelecimentos comerciais.

A operação policial, denominada “Iceberg”, decorreu na região de Lisboa em cumprimento de sete mandados de busca e permitiu recolher “vastos elementos probatórios relacionados com a prática criminosa sob investigação”.

“Está em causa a suspeita de transmissão de informações privilegiadas a proprietários e trabalhadores de estabelecimentos comerciais, designadamente de restauração, recebendo contrapartidas monetárias e outros tipos de gratificações”, segundo a nota.

Os cinco suspeitos são esta quarta-feira ouvidos em primeiro interrogatório no DIAP Regional de Lisboa.