Os pedidos com origem em Portugal feitos ao Instituto Europeu de Patentes (IEP) mais do que triplicaram na última década, tendo também crescido 23% em 2019, com a Delta e a Universidade de Évora entre as principais requerentes.
Dados enviados pelo IEP à agência Lusa indicam que, nos últimos 10 anos, registou-se um aumento de 236% no número de pedidos de patente com origem em Portugal feito aquela instituição europeia. E, pelo segundo ano consecutivo, estes pedidos feitos por entidades portuguesas aquele organismo subiram 23,1% em 2019, após um crescimento de 47,3% em 2018 e uma queda de 4,5% em 2017.
Segundo o Index de Patentes de 2019, esta quinta-feira publicado, a subida nos pedidos de patente com origem em Portugal deveu-se, sobretudo, “ao crescimento significativo” nalgumas áreas tecnológicas no país, como a tecnologia médica, o setor farmacêutico, o mobiliário e os jogos.
Ao todo, no ano passado, as instituições de investigação e universidades portuguesas apresentaram um total 272 pedidos de patente junto do IEP, o “valor mais alto de sempre”, após 221 solicitações feitas no período homólogo anterior. Entre as principais entidades requerentes portuguesas estavam, no ano passado, a companhia Delta Cafés, do grupo Nabeiro, e a Universidade de Évora, ambas com 16 pedidos cada uma.
No top cinco estava também a Associação para o Avanço da Engenharia de Tecidos e Tecnologias e Terapias Baseadas em Células (A4TEC, na sigla inglesa), com 15 pedidos, bem como o Modelo Continente Hipermercados, do grupo Sonae, com 10 pedidos. O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC) do Porto ocupava o quinto lugar deste “pódio”, com sete pedidos.
Ao contrário do que acontece na maior parte dos países europeus, em Portugal há três laboratórios de investigação e instituições académicas no ‘top’ cinco dos pedidos de patente”, observa o IEP na informação esta quinta-feira divulgada, considerando que “isso reforça a importância das patentes europeias na proteção dos investimentos feitos em investigação e desenvolvimento pelas instituições académicas”.
Em termos regionais, foi no Norte de Portugal que se verificaram mais pedidos de patente ao IEP, representando 46% do total, seguindo-se as regiões de Lisboa e do Centro (que equivalem, respetivamente, a 21,7% e a 16,5%). No que toca às cidades, a área metropolitana de Lisboa ficou na liderança, com 37 pedidos de patente, seguida do Porto, que registou 36.
É com agrado que assisto ao crescimento substancial dos pedidos de patente com origem em Portugal, o que demonstra que o país continua a aumentar a sua capacidade de investigação, desenvolvimento e inovação”, declarou o presidente do IEP, o português António Campinos.
Para este responsável, “a utilização de patentes é essencial para tornar as empresas portuguesas mais competitivas”.
Criado em 1977, o IEP reforça a cooperação entre países europeus no âmbito das patentes. Através de um procedimento centralizado, o IEP disponibiliza patentes válidas em 44 países e que abrangem um mercado de 700 milhões de pessoas.