O Lar de Comércio, no concelho de Matosinhos, disse esta quarta-feira que mais dois utentes contaminados morreram, passando para um total de cinco, mas adiantou que permanecem dúvidas quanto às causas da sua morte, dado sofrerem de outras patologias graves.No entanto, a 1 de abril, a Direção Geral de Saúde esclareceu que Portugal está a registar os óbitos com Covid e não apenas os por Covid. “Se um médico escreveu no certificado de óbito que o evento terminal foi Covid, então é assim que esse óbito é contabilizado”, afirmou Graça Freitas em conferência de imprensa.

Na terça-feira, questionado pela Lusa, aquele lar da terceira idade adiantava que desde que havia sido detetado o primeiro caso, a 12 de abril, registavam-se três mortes e 26 utentes infetados.

Num novo balanço feito esta quarta-feira, aquele lar da terceira idade, revela que, de momento, há cinco mortes a registar, “sendo que destas, três foram confirmadas por Covid-19”.

Nas restantes, apesar de se tratar de pessoas infetadas com o coronavírus, subsistem ainda dúvidas “em face do quadro de patologias graves associadas de que estes utentes padeciam, nomeadamente uma por doença oncológica e outro por insuficiência cardíaca/respiratória crónica”, assinala a instituição. Quanto ao número de infetados, o lar contabiliza agora 21 utentes infetados, menos cinco dos que eram apontados na terça-feira.

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A instituição informa que terminou esta quarta-feira, às 17h, o rastreio aos utentes do lar, cujos testes foram realizados pela Delegação de Saúde local e na Unidade Móvel disponibilizada pela Câmara Municipal de Matosinhos. Já os funcionários foram testados no Hospital Pedro Hispano.

Os países contam as mortes por Covid de forma diferente. Contagem em Portugal considera mais casos

O número de casos confirmados entre profissionais é, até ao momento, de sete, entre os quais uma enfermeira. Segundo o lar, em isolamento profilático, por indicação do delegado de Saúde de Matosinhos, estão três enfermeiros.

No comunicado, o Lar do Comércio salienta que está a trabalhar “em condições muito limitadas”, uma vez que dos 144 funcionários, apenas 96 se encontram no exercício das suas funções, para um universo de 205 utentes no lar e 38 em apoio domiciliário e informa que, ao abrigo da medida do reforço social de apoio à Covid-19, do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), na quinta-feira, recebe 13 colaboradores indiferenciadas.

A instituição, revelou esta quarta-feira o delegado de saúde de Matosinhos, Jaime Baptista, em resposta á Lusa, vai ser alvo de uma nova vistoria para avaliar se estão a ser cumpridas as medidas de segurança para evitar novos contágios.

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou cerca de 179 mil mortos e infetou mais de 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Em Portugal, morreram 785 pessoas das 21.982 registadas como infetadas, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.