Suspensa desde 2015, a linha de crédito bonificado para estudantes das universidades e politécnicos, em que o Estado é fiador, foi relançada em 2019 e já é possível assinalar, desde o início do ano letivo, um aumento de 40% dos pedidos de empréstimo. Os dados, contabilizados até 31 de Março, foram divulgados ao jornal Público pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior: os estudantes pediram 8,6 milhões de euros aos bancos, um valor que corresponde a um total de 715 contratos.
Apesar de um aumento assinalável de 40%, os números revelados esta sexta-feira, continuam abaixo do que era habitual antes da sua suspensão, em 2015.

Com o relançamento deste programa de crédito, o Ministério contava que este fosse usado especialmente por alunos de mestrado e doutoramento. Mas não foi isso que aconteceu. Dois terços dos créditos (477) foram subscritos por estudantes de licenciatura. A estes juntam-se 94 estudantes de mestrado integrado. Já os alunos de mestrados de 2.º ciclo —  com a licenciatura concluída — fizeram 114 contratos e apenas 11 alunos de doutoramento solicitaram um crédito com garantia mútua neste ano letivo. O número de empréstimos a alunos dos cursos técnicos superiores profissionais, que só a partir do ano passado foram abrangidos por esta linha de crédito, continua a ter pouca expressão: foram assinados apenas 19 contratos, com um valor total de 150 mil euros.

Ao todo, 715 alunos pediram um crédito para estudar neste ano letivo, o que representa um aumento de 40% face ao ano passado — em que foram contratualizados 6 milhões de euros. Apesar do crescimento, escreve o Público, os números continuam a ser bastante inferiores à média concedida antes da suspensão desta linha, há cinco anos.

Durante a primeira fase de funcionamento, entre 2007 e 2015, foram concedidos 25 milhões de euros por ano. Os números eram, porém, mais elevados nos primeiros anos — em 2010/11 chegaram a ser emprestados pelos bancos quase 52 milhões de euros. A partir de então, a popularidade deste sistema foi decrescendo, coincidindo com a crise financeira e numa altura em que o próprio Estado foi fechando, de forma intermitente, o acesso a estes créditos.
Neste momento, só o BCP, a Caixa Geral de Depósitos, o Montepio Geral e o BIC é que estão a comercializar este produto. O empréstimo pode ter um teto máximo de 30 mil euros, mas nunca pode ultrapassar os cinco mil euros por ano. O dinheiro é disponibilizado em tranches mensais de igual valor na conta dos alunos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR