Richard Burr, senador norte-americano e presidente da Comissão dos Serviços Secretos do Senado, começou a ser investigado em março por, alegadamente, ter usado informação privilegiada para evitar grandes perdas no mercado com a aproximação da pandemia.

Apesar de continuar a negar ter cometido qualquer irregularidade, Burr afastou-se temporariamente do cargo. Segundo disse, a sua decisão – conhecida esta quinta-feira – visa não querer que a investigação distraia o comité a que pertence de fazer o seu trabalho.

“O trabalho que o Comité de Inteligência e os seus membros fazem é muito importante para arriscar dificultá-lo de qualquer maneira. Acredito que esta etapa é necessária para permitir que o Comité continue a fazer o seu trabalho essencial, livre de distrações externas”, alegou.

Segundo a BBC, Richard Burr e a mulher venderam ações no valor de 1,7 milhões de dólares em fevereiro, pouco antes de os mercados começarem a afundar devido ao receio de uma crise económica — foram títulos de mais de 30 empresas entre janeiro e meados de fevereiro, sendo que algumas delas diziam respeito a setores que agora se encontram profundamente abalados na sequência da pandemia (hotéis e restaurantes).

Os membros do Congresso não podem negociar com base em informações recolhidas durante as respetivas funções oficiais, ou que não sejam consideradas públicas.

Burr — cujo o telefone foi apreendido pelo FBI — pode não ter sido o único a cometer irregularidades. Alegadamente, também os senadores Kelly Loeffer (Georgia) e James Inhofe (Oklahoma), ambos republicanos, e ainda a senadora democrata Dianne Feinstein (Califórnia) terão vendido ações antes da desaceleração dos mercados.

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