Desde o dia 3 de junho que a Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC) está a fiscalizar um conjunto de 100 escolas secundárias portuguesas — incluindo 76 públicas e 24 privadas — para assegurar que não há inflação das notas nos 11.º e 12.º anos, escreve esta quinta-feira o Jornal de Notícias.

Com as restrições impostas pela pandemia da Covid-19, que obrigou à prática do ensino à distância na generalidade do sistema de ensino, uma das principais preocupações do Ministério da Educação é a possibilidade de inflação das notas, sobretudo nos últimos dois anos de escolaridade, em que se começa a desenhar o acesso ao ensino superior.

O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, já tinha prometido que as notas seriam fiscalizadas: as notas atribuídas no terceiro período são comparadas com as dos primeiros dois períodos (anteriores à pandemia) e haverá, inclusivamente, processos disciplinares nos casos em que fique comprovada a inflação deliberada das classificações escolares.

Ministério da Educação vai auditar avaliações de alunos para travar inflação de notas

Segundo escreve agora o Jornal de Notícias, a inspeção é feita de modo presencial em apenas dois dias. O inspetor vai à escola e entrevista a direção, a direção pedagógica e os professores. A estas entrevistas somam-se as respostas dadas pelos alunos dos 11.º e 12.º anos num questionário online. No terceiro dia, o inspetor deve produzir um relatório que pode ou não dar origem a um processo disciplinar.

O método de inspeção não agrada à presidente do Sindicato dos Inspetores da Educação e do Ensino (SIEE), Bercina Calçada, que explica que dois dias são pouco tempo para uma inspeção detalhada. A responsável destaca que o maior problema é a falta de inspetores: para 8.647 estabelecimentos de ensino, Portugal só tem 163 inspetores.

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