A Organização Mundial de Saúde (OMS) desvalorizou esta quarta-feira informações sobre uma estirpe de vírus da gripe suína, afirmando que a mesma está em vigilância desde 2011 e que não é um novo vírus.

Um estudo divulgado na segunda-feira indicava a possibilidade de uma nova pandemia a partir de uma estirpe do vírus da gripe suína descoberto na China, mas especialistas da OMS relativizaram a situação durante uma conferência de imprensa online, a partir da sede da organização em Genebra, sobre a Covid-19, a pandemia que já infetou mais de 10 milhões de pessoas em todo o mundo. A China também já o tinha feito esta quarta-feira.

Questionados pelos jornalistas, quer Mike Ryan, do programa de emergências em saúde da OMS, quer Maria Van Kerkhove, epidemiologista e diretora técnica para a Covid-19 na organização, disseram que o vírus, como outros, está em vigilância há quase uma década.

O estudo sobre o vírus relata a evolução deste e demonstra a importância da vigilância, disse Mike Ryan, acrescentando que o mesmo vírus já tinha sido relatado noutros estudos, palavras que foram corroboradas por Maria Van Kerkhove.

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Mike Ryan aproveitou para dizer que o trabalho de vigilância de vírus que a OMS faz pode ter “um retrocesso” por falta de financiamento.

Os dois especialistas alertaram também para o aumento de infeções em países que começaram o desconfinamento e para a facilidade de propagação da Covid-19 em bares e discotecas. “As pessoas precisam de analisar o seu próprio risco e tomar as medidas adequadas”, disse Mike Ryan.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 511 mil mortos e infetou mais de 10,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.579 pessoas das 42.454 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.