A proposta de nova tabela de preços já elaborada pela ADSE prevê que o valor pago pelo beneficiário aos prestadores privados passe de 3,99 euros para 5,5 euros por consulta, enquanto a comparticipação para a ADSE sobe de 14,47 para 19,5 euros, segundo informação obtida pelo  Jornal de Negócios.

A hipótese de um aumento “moderado” das consultas já tinha sido admitida, em fevereiro, por Eugénio Rosa, vogal da ADSE, por João Proença, presidente do Conselho Geral e de Supervisão e não foi afastada pelo Governo. Na altura, porém, o Conselho Diretivo da ADSE – que tem agora uma nova presidente, Maria Manuela Faria – apontava para valores mais elevados, com uma eventual subida para 12 euros do valor pago pelo beneficiário.

Eugénio Rosa, em declarações ao Jornal de Negócios, justifica o aumento agora proposto com a necessidade de captar mais médicos para o regime convencionado. “O objetivo é melhorar o pagamento das consultas para conseguir mais médicos para a rede convencionada porque temos dificuldade em fazer convenções com médicos, sobretudo fora das zonas urbanas, mas também em Lisboa”. O vogal da ADSE lembra que os preços não são atualizados há quase duas décadas.

A proposta foi enviada para análise do Conselho Geral e de Supervisão (CGS), que terá de dar parecer.
Esta será apenas uma das novidades da nova tabela de preços que está em elaboração há quase três anos. A ideia de que é necessário aumentar ou atualizar o preço das consultas parece agora mais consensual entre os responsáveis. Resta saber se é desta que as novas tabelas, sucessivamente adiadas, avançam mesmo.

No ano passado, a despesa da ADSE com 2,88 milhões de consultas no regime convencionado ascendeu a 42,9 milhões de euros, revela o relatório e contas de 2019, a que o Negócios teve acesso. O mesmo relatório também confirma que o número de prestadores convencionados continua a recuar, o que vai ao encontro das preocupações expressadas pelo vogal da ADSE, Eugénio Rosa. O número de prestadores caiu 9% em dois anos (para 1.465) e o número de locais de prestação caiu 6% (para 3.572).

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