Praga, Eden Arena, 30 de agosto de 2013. O Bayern Munique tinha conquistado a Liga dos Campeões meses antes, ao vencer o Borussia Dortmund na final; o Chelsea tinha vencido a Liga Europa, ao bater o Benfica de Jorge Jesus no encontro derradeiro. Na Supertaça Europeia, o pontapé de saída para a nova temporada, Fernando Torres abriu o marcador na primeira parte, Ribéry empatou na segunda e o jogo seguiu para prolongamento. Hazard colocou os blues novamente a ganhar logo nos primeiros instantes do tempo adicional e a equipa de Mourinho já festejava durante o único minuto de descontos. Até que Javi Martínez marcou, levou tudo para as grandes penalidades e o Bayern aproveitou o falhanço de Lukaku para conquistar a Supertaça Europeia pela primeira vez.

Budapeste, Puskás Arena, 24 de setembro de 2020. O Bayern Munique tinha conquistado a Liga dos Campeões um mês antes, ao vencer o PSG na final; o Sevilha tinha vencido a Liga Europa, ao bater o Inter Milão de Antonio Conte no encontro derradeiro. Na Supertaça Europeia, o teórico pontapé de saída de uma temporada que já começou, Ocampos abriu o marcador na primeira parte e Goretzka empatou ainda antes do intervalo. O segundo tempo acabou sem golos e Javi Martínez, que entrou já durante o prolongamento, só precisou de uma oportunidade para colocar o Bayern a ganhar e garantir a conquista da segunda Supertaça Europeia da história do clube alemão.

Sete anos de diferença, duas cidades europeias, o mesmo clube e o mesmo protagonista improvável. Javi Martínez, o médio espanhol de 32 anos que está há oito épocas em Munique, entrou ao nono minuto do prolongamento para substituir Goretzka, o marcador do primeiro golo dos alemães. Estava no sítio certo à hora certa, aproveitou a defesa incompleta de Bono e cabeceou para o fundo da baliza — voltando a ser decisivo para o Bayern na Supertaça Europeia.

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Formado principalmente no Osasuna, foi na equipa B dos espanhóis que acabou por se estrear enquanto profissional. Saiu para o Athl. Bilbao em 2006 e por lá ficou até 2012, ano em que se mudou para a Alemanha e para Munique e reforçou a equipa que ainda era de Jupp Heynckes e que no ano seguinte seria já de Guardiola. Longe de ser opção primordial — tanto de Guardiola como dos consequentes Ancelotti, Heynckes, Kovac e Flick –, Javi Martínez foi recorrentemente associado a saídas mas acabou por nunca deixar a Allianz Arena. Na última temporada, fez apenas 16 jogos em todas as competições e não marcou qualquer golo. Deixou tudo para o minuto 104 da Supertaça Europeia, voltando a inscrever a tinta permanente o nome na história do Bayern Munique.