A ministra da Coesão Territorial afirmou esta segunda-feira que está “de consciência tranquila” face aos descontos anunciados para as portagens das antigas SCUT e que, no atual contexto e dentro das promessas feitas, o Governo cumpriu.

“Estamos de consciência tranquila. A proposta vai ao encontro daquilo que foram os pedidos que era para os moradores. Claro que eu entendo que, quem defende a abolição tem legitimidade nessa sua defesa”, afirmou Ana Abrunhosa à agência Lusa. Mas “é preciso perceber o contexto e as promessas que o Governo fez. Consideramos que dentro do contexto em que estamos e das promessas que fizemos, cumprimos”, acrescentou.

A governante, que se deslocou a Castelo Branco, para presidir à sessão pública de abertura da escola de queijeiros, reagia às críticas que a Plataforma Pela Reposição das Scut na A23 e A25 fez na quinta-feira, classificando os descontos nas portagens anunciados pelo Governo como um “embuste”.

É um embuste porque a maior parte das pessoas, a esmagadora maioria das pessoas, que pretenda ou precise de circular na A23 ocasionalmente não vai ter qualquer desconto e, por outro lado, é tentar obrigar as pessoas a andarem na autoestrada para terem algum desconto, apontou Luís Garra, da União de Sindicatos de Castelo Branco, uma das entidades que engloba a plataforma.

Questionada pela Lusa sobre as críticas que lhe foram dirigidas, a ministra disse que o Governo se comprometeu com a redução de portagens nas ex-SCUT (antigas vias sem custos para o utilizador), “para utilizadores frequentes”.

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“Aliás, o pedido da plataforma [Pela Reposição das Scut na A23 e A25] era para moradores destes territórios, mas nós não podemos discriminar em função da nacionalidade nem da naturalidade das pessoas. E, portanto, o que implementamos, não podendo discriminar em função da residência, foi para frequentadores frequentes”, sustentou.

Ana Abrunhosa entende que a percentagem de descontos anunciada faz parte de um caminho de redução progressiva das portagens. “Se as famílias fizerem as contas verão que no final do mês, isso representa um desconto significativo para os utilizadores frequentes, desconto esse que é ainda mais significativo ao final do ano. Para as empresas que tenham transportes de mercadorias ou transporte coletivo de passageiros é um desconto bastante significativo”, sublinhou. Já para quem só usa a autoestrada esporadicamente (uma ou duas vezes), a ministra da Coesão Territorial confirma que não beneficia de desconto. “Mas, eu também diria que não foi para esses [utilizadores] que nós concebemos a medida”, concluiu.

A Plataforma Pela Reposição das Scut na A23 e A25 integra sete entidades dos distritos de Castelo Branco e da Guarda, nomeadamente a Associação Empresarial da Beira Baixa, a União de Sindicatos de Castelo Branco, a Comissão de Utentes Contra as Portagens na A23, o Movimento de Empresários pela Subsistência pelo Interior, a Associação Empresarial da Região da Guarda, a Comissão de Utentes da A25 e a União de Sindicatos da Guarda.