Tentou bipolarizar a corrida eleitoral, defendendo, em declarações à imprensa, que era ele a única alternativa de oposição a Vieira. Na ponta final da corrida, tentou até colar um adversário ao outro, dizendo à Antena 1: “Noronha Lopes é a face B criada pelos interesses que apoiam Luís Filipe Vieira”. Acabou ele mesmo vítima da bipolarização eleitoral e, apesar do histórico no Benfica e do mediatismo televisivo, saiu com um resultado ainda mais magro do que as previsões mais pessimistas poderiam antever: 1,64% dos votos.
Rui Gomes da Silva, que até já foi vicepresidente do Benfica, vinha-se posicionando há muito como um opositor a Luís Filipe Vieira e tinha assumidas ambições de bater o atual presidente. À tarde, depois de votar, disse mesmo ao canal do clube que estava convencido de que tinha contribuído “para esta votação [histórica], para esta afluência às urnas, lançando a discussão e lançando um projeto alternativo à atual direção do Benfica, em função daquilo que conheço, daquilo que sei que é o Benfica e daquilo que acho que os sócios do Benfica querem para o futuro do Benfica”.
No final da noite eleitoral, assumiu a desilusão com o resultado: “Houve uma bipolarização em termos eleitorais e assumo pessoalmente este resultado. Não era o que esperávamos”.
Fico muito feliz que tenha havido democracia, fico infeliz com os resultados. Já tive oportunidade de telefonar ao presidente eleito, ao presidente Luís Filipe Vieira, dando-lhe as felicidades. É o que o Benfica mais precisa a partir de agora, as maiores felicidades. Acabaram as eleições, acabaram as divisões, haverá eleições daqui a uns tempos quando houverem. Muitos parabéns e viva o Sport Lisboa e Benfica”, apontou.
Sobre se continuará a ser oposição à atual direção, deixou antever um maior recato nas críticas — mesmo que as divergências certamente não tenham desaparecido. Concluiu: “Nem eu estou para manter esta situação depois de resultados destes nem o presidente do Benfica precisa que agora o apoie expressamente. O que farei é o que sempre fiz na vida: estar pelo Benfica, lutar pelo Benfica, defender o Benfica quando o Benfica precisar mas nada mais do que isso nos próximos tempos. O que é preciso é, como se diz, ganhar o próximo jogo — que é amanhã [para a Liga Europa]”.