Foi vice-presidente de Manuel Vilarinho nas eleições de 2000 frente a João Vale e Azevedo, integrou também os dois mandatos iniciais de Luís Filipe Vieira entre 2003 e 2009 e ficou como um dos principais dirigentes das águias este século pelo papel de grande impulsionador da construção do novo Estádio da Luz quando muitos defendiam, ao invés, a remodelação do antigo recinto – uma opção que, com o tempo, acabou por ganhar mais sentido, tendo recebido já duas finais da Liga dos Campeões em 17 anos. Morreu Mário Dias, vítima de doença prolongada.

Em setembro, na véspera do anúncio de Luís Filipe Vieira à recandidatura a um sexto mandato, o antigo dirigente foi alvo de uma homenagem num jantar que reuniu cerca de 50 benfiquistas e onde Mário Dias recebeu uma salva salva, uma réplica do Estádio da Luz e uma camisola autografada por todo o plantel. Mais tarde, em outubro, numa das últimas ações de campanha públicas de Vieira, o antigo vice que era também o presidente da Comissão de Honra da recandidatura esteve com o número 1 dos encarnados numa sessão de esclarecimento no Teatro Sá da Bandeira, em Santarém, e ainda na quarta-feira passou à tarde pelo Pavilhão para votar.

“É com enorme consternação e tristeza que, em nome do Sport Lisboa e Benfica e em meu nome pessoal, manifesto a mais profunda dor e pesar pelo falecimento de Mário Dias. Personalidade ímpar que ficará para sempre na nossa história pela forma íntegra e generosa como serviu o Benfica, de que se destaca o seu contributo único, incansável e inexcedível como grande impulsionador da construção do nosso novo Estádio da Luz”, começou por lamentar Luís Filipe Vieira, numa mensagem de condolências lançada nas plataformas do clube.

“Fica também a mágoa por esta perda em todos aqueles que tiveram o privilégio de o conhecer, figura maior por todo o seu trajeto e pelos princípios e provas de amizade que ficarão nas nossas memórias. A toda a sua família e amigos, apresentamos as mais sentidas condolências e os votos de solidariedade e profundo respeito nesta hora tão difícil. Que descanse em paz, ficará eternamente nos nossos corações como uma referência para todos nós”, acrescentou o líder dos encarnados, figura próxima de Mário Dias há quase duas décadas.

“Quem participou e fez esta revolução toda no Benfica tinha de ter ruído. Eu mexi mesmo em muita gente. Mexi muito, mesmo. Dei 20 anos ao Benfica e sei onde mexi muito, mas muito. Nos primeiros anos a trabalhar no Benfica, ali com o Mário Dias, era dia e noite. Oiça, em Portugal ninguém… Havia de ser feito um estudo. Lá fora toda a gente admira o Benfica e a sua recuperação. Cá dentro, deviam fazer um estudo para saber como foi possível em menos de 20 anos recuperar este clube como recuperámos, ter o património que temos e pago”, recordou Luís Filipe Vieira em entrevista ao jornal A Bola dois dias antes das eleições.

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