António Costa acredita que o partido está “unido” em torno da decisão de não apoiar formalmente qualquer candidato nas próximas eleições presidenciais. Depois de ter conseguido aprovar sem dificuldade uma moção onde elogia o mandato de Marcelo Rebelo de Sousa e se refere a Ana Gomes como “distinta militante” do PS, líder socialista afastou o fantasma da divisão interna.
O primeiro-ministro, aqui na pele de secretário-geral do PS, falava aos jornalistas no final de uma reunião da Comissão Nacional do partido que foi quase inteiramente dedicada ao tema do apoio do PS nas presidenciais de janeiro. A moção apresentada pela direção do partido foi aprovada com “esmagadora maioria”, contando apenas com 5 votos contra e duas abstenções.
“Senti o partido unido na proposta que o secretariado nacional apresentou”, disse Costa aos jornalistas quando confrontado com as críticas que foram feitas por dirigentes — incluindo Pedro Nuno Santos, que anunciou apoio a Ana Gomes — à forma tardia como o partido conduziu o processo. Segundo Costa, não só não foi tarde como foi bem a tempo, uma vez que não cabe aos partidos emanar candidaturas, mas sim esperar que as candidaturas surjam na perspetiva cívica, de cidadãos, e depois, aí sim, pronunciar-se.
O texto da moção deixa em aberto o apoio dos socialistas, individualmente, a qualquer candidatura do espectro democrático, deixando de fora apenas a candidatura de André Ventura, mas reserva uma grande parte aos elogios ao atual Presidente da República: “O PS faz uma avaliação positiva do atual mandato de Marcelo Rebelo de Sousa. Valoriza o entendimento que tem praticado da função presidencial, a proximidade com os portugueses, a solidariedade institucional com os demais órgãos de soberania, a ação na Europa e no mundo em prol dos interesses de Portugal”.
Aos jornalistas, Costa ainda destacou a “correta cooperação institucional entre o Presidente da República e o Governo”, considerando que “foi um importante contributo para que Portugal superasse a crise e retomasse o caminho do crescimento e da convergência com a União Europeia e reforçasse a sua credibilidade internacional”.