13 meses. Há 13 meses, há pouco mais de um ano, que Portugal não perdia. Na altura, em outubro de 2019, Portugal perdeu com a Ucrânia na qualificação para o Euro 2020. E há quase quatro anos, desde março de 2017, que Portugal não perdia em território português. Na altura, foi num particular com a Suécia, no Funchal. Se quisermos procurar pela última derrota portuguesa em Portugal continental, é preciso recuar até ao pré-Euro 2016, há mais de quatro anos, e a um jogo de má memória com a Bulgária em Leiria.

O homem que tem Golo no nome parou a equipa que não teve golo nas veias (a crónica do Portugal-França)

Até este sábado. Este sábado, na Luz, Portugal voltou a perder: 13 meses depois da última derrota, quase quatro anos depois da última derrota em casa, mais de quatro anos depois da última derrota em território continental. Além disso, a Seleção Nacional somou o primeiro resultado negativo na Liga das Nações, ao fim de 11 jogos, com sete vitórias, três empates e um título conquistado. A derrota frente à seleção francesa, além de deixar os gauleses já qualificados para a final four da competição, deixou Portugal de fora dessa fase final e sem a possibilidade de lutar pela defesa do título garantido no Dragão no verão de 2019.

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Além da derrota, Portugal somou ainda o oitavo jogo sem marcar golos desde o Euro 2016, entre particulares, Liga das Nações, qualificação para o Europeu e Taça das Confederações. Fernando Santos registou a 12.ª vitória desde que é selecionador nacional, a quinta em casa e a segunda frente a França. O treinador português, que é o mais titulado da história da Seleção e aquele que já orientou Portugal ao longo de mais jogos, continua com um balanço positivo, já que venceu em 62% das ocasiões. Este sábado, depois da eliminação precoce da Liga das Nações, Fernando Santos assumiu a responsabilidade necessária.

“O que aconteceu na primeira parte… Não sei, não era o que esperava, mas a responsabilidade é minha, não há que colocá-las na equipa. Tivemos muita dificuldade, a França na primeira parte foi superior, não conseguimos jogar e ligar os passes. Não tendo bola fica, obviamente, mais difícil. Fomos empurrados para trás, tentámos sair mas de forma muito tímida e com pouca capacidade de progredir no campo e encontrar soluções. Não tivemos capacidade de recuperação de bola e circulação e no intervalo disse isso aos jogadores, não podíamos deixar que a França dominasse como queria e com espaço para jogar”, explicou o selecionador nacional, que reconheceu que a equipa entrou melhor na segunda parte. “Foi um jogo diferente e acabámos por sofrer um golo que foi determinante para o jogo. Ainda assim, reagimos bem, começámos a atacar mais, até de forma diferente, com dois médios. Soltámo-nos e fizemos o que é habitual, até tivemos três ou quatro oportunidades para empatar”, concluiu Fernando Santos.

Já Rúben Dias, que foi titular no eixo defensivo ao lado de José Fonte, defendeu que este foi um “jogo equilibrado”. “Não estamos nada satisfeitos com o resultado, queríamos muito ganhar, seguir em frente e estar mais uma vez na final four. Infelizmente o futebol tem disto, há que digerir, mas com o sentimento de que não fomos a equipa mais eficaz hoje, mas de que somos capazes de defrontar seja quem for e ganhar”, explicou o central do Manchester City.

Danilo, que foi titular e jogou 85 minutos, reconheceu que os jogadores portugueses não foram “agressivos”. “Principalmente na primeira parte. Permitimos que França tivesse posse de bola, fizeram-nos correr e não nos adaptámos à tática deles. Estivemos bem no jogo, criámos ocasiões de golo, mas não conseguimos finalizar. A França, infelizmente, conseguiu fazer golo naquela ocasião. A estratégia deles não nos surpreendeu de forma nenhuma. Estivemos longe e distantes uns dos outros em campo, permitimos espaços para que França circulasse a bola e isso criou-nos problemas”, terminou o médio do PSG.