A oposição no executivo da Câmara Municipal de Portalegre, gerida por um movimento independente, chumbou esta sexta-feira o orçamento municipal para 2021, com um valor superior a 25,3 milhões de euros.

O documento foi reprovado em reunião extraordinária do executivo, tendo votado contra dois eleitos do PS, um do PSD e outro da CDU, e a favor três eleitos pela Candidatura Livre e Independente por Portalegre (CLIP).

O município do Alto Alentejo tem sido gerido por duodécimos, na sequência do chumbo em reunião de câmara em dezembro de 2019, tendo prevalecido o documento de 2018 [19,3 milhões de euros] com algumas correções, levando em conta as receitas de cada ano em vigor.

Em declarações à agência Lusa, a presidente do município, Adelaide Teixeira, considerou “uma grande irresponsabilidade” a tomada de posição dos vereadores da oposição ao rejeitarem o documento, numa altura em que “todos deviam estar a trabalhar num sentido”. “Durante este mandato todo só houve um orçamento aprovado, o que é de uma grande irresponsabilidade aquilo que se faz. Isto é mesmo para bloquear”, lamentou.

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A autarca eleita pela CLIP garantiu que vai tentar “encontrar consensos” com a oposição para encontrar uma solução para o problema.

José Correia da Luz, um dos vereadores do PS, explicou à Lusa que o voto contra dos socialistas “não constitui qualquer contrariedade” para a presidente do município na sua atividade, lamentando, no entanto, que o documento que foi apresentado continha “um conjunto de situações não esclarecidas”.

O vereador do PSD, Armando Varela, disse à Lusa que o orçamento apresentava uma “redução forte” no apoio às associações culturais, desportivas e associativas, sendo um documento “focado” na obra pública e que “não tem” apoios para empresas e pessoas numa altura de pandemia.

Já o vereador da CDU, Luís Calado, justificou à Lusa que votou contra porque o orçamento foi apresentado “no último dia”, sendo um documento que “não garante” que funcione em tempos de pandemia, com obra pública “que nunca mais acaba” e que “esquece” empresas e associações.