Tinha regressado a casa este domingo, depois de três semanas internado num hospital da capital francesa, onde foi uma vez mais submetido a uma operação ao coração — já em 2001 teve de se afastar durante meses dos comandos do Liverpool, justamente o ano em que ganhou Taça de Inglaterra, Taça da Liga, Taça UEFA, Supertaça de Inglaterra e Supertaça Europeia e foi considerado o melhor treinador do mundo pela revista WorlsdSoccer, com problemas cardíacos.

Noticiou o jornal L’Équipe, o treinador francês Gérard Houllier não resistiu e morreu esta segunda-feira, em Paris. Tinha 73 anos.

“Estou a lutar, mas vou ultrapassar isto”, foi a última declaração pública que fez, há cerca de uma semana, revelou o mesmo jornal, que diz que há já 19 anos, desde o fatídico 13 de outubro de 2001, em que teve de ser internado de urgência, para uma dissecção da aorta, que Gérard Houllier vivia uma espécie de “liberdade condicional” — e tinha consciência disso. A situação era tão delicada que na época 2010-2011 o treinador foi finalmente impedido pelos médicos de continuar a treinar, mas nem por isso deixou o futebol e em 2012 assumiu o cargo de diretor desportivo das equipas patrocinadas pela Red Bull.

Treinador do Liverpool entre 1998 e 2004, Houllier notabilizou-se também por comandar Lens e Paris Saint-Germain, que, tal como a equipa inglesa, também já confirmaram e lamentaram a notícia da sua morte. O francês foi ainda treinador de Lyon e Aston Villa e orientou a seleção gaulesa durante 16 meses, entre 1992 e 1993, que culminaram com a derrota dos bleus frente à Bulgária e deixaram a equipa de fora do mundial dos Estados Unidos.

Ao longo das várias décadas de carreira, em que a única coisa que lhe faltou foi jogar a nível profissional, Gérard Houllier foi três vezes campeão francês — uma pelo PSG, outras duas com o Lyon — e em 1996, depois de bater Portugal nas meias-finais, sagrou-se campeão europeu de sub-19, com a seleção francesa.

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