A Associação dos Armadores da Pesca Industrial (ADAPI) alertou que a redução das capturas de pesca, definida hoje pela Comissão Europeia, pode obrigar as embarcações portuguesas a parar durante 2021.

Nas espécies com valor comercial, as quotas aprovadas por Portugal são manifestamente insuficientes para o esforço de pesca para os casos da pescada, do tamboril, do lagostim, da sarda, do peixe-espada preto e do linguado”, disse Pedro Jorge Silva, presidente da ADAPI.

“Com as quotas aprovadas, podemos não ter quota para pescar o ano todo, o que pode comprometer a atividade das embarcações em 2021”, alertou.

Segundo o dirigente, a proposta inicial da Comissão Europeia “já era má”, uma vez que, para o setor, “havia falta de fundamentação científica para propor reduções em baixa tão significativas”.

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O resultado não é tão mau como a proposta inicial, ou seja, não é uma derrota por 7-0, mas sim por 2-0, mas não deixa de ser uma derrota”, frisou.

Portugal conseguiu negociar em alta os cortes nas capturas de pescada, linguado e peixe-espada preto, face à proposta inicial da Comissão Europeia, disse hoje o ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos.

No que se refere à pescada, e “sem ferir os preceitos da sustentabilidade”, foi negociado um corte de 5%, a que corresponde uma quota nacional de 2.495 toneladas, face aos 12,7% inicialmente propostos por Bruxelas.

As capturas de linguado serão reduzidas em 20%, um corte menor do que o de 41,5% que tinha sido proposto em outubro.

O peixe-espada preto terá um corte de 20%, menos cinco pontos do que a proposta da Comissão Europeia, tendo sido estabelecida uma quota nacional de 2.241 toneladas.

O ministro salientou ainda que continua “empenhado em trabalhar com o setor para que exista uma pesca sustentável”.

Algumas das oportunidades de pesca, esclareceu também, são equivalente ao que se pescou no ano anterior e há sempre possibilidade de trocas com outros países e outras espécies.

A União Europeia chegou hoje a acordo sobre a repartição anual dos Totais Admissíveis de Capturas (TAC) e quotas pesqueiras no Atlântico e no mar do Norte e sobre o plano para o Mediterrâneo.

Após quase 24 horas ininterruptas de negociações e devido às negociações do pós-Brexit’ ficou de fora a repartição anual dos TACS para 119 espécies pesqueiras de gestão partilhada com Londres, incluindo pescada, tamboril ou peixe-galo nas águas do norte.