Durante mais de três meses, a pergunta era tão inevitável como repetitiva: afinal, como está Lionel Messi? Ano novo, vida nova com o velho protagonista do costume: afinal, para onde irá Lionel Messi? “Primeiro, e depois do período de férias, treinou nos dias 30 e 31. Depois, penso que devemos perceber a situação. Deu uma entrevista onde disse que não queria tomar para já qualquer decisão mas, como qualquer jogador em final de contrato, ele é livre para decidir o que quiser, como quiser. Mostrou que quer o melhor para a equipa e não precisamos ficar nem nervosos nem preocupados por não decidir nada agora. A sua eficácia, as suas exibições e a sua importância têm sido demasiado grandes neste clube, há anos que vejo jogos em que a equipa não estava bem e que foi o Leo que resolveu. Por isso, é o melhor do mundo”, comentou desta vez o treinador Ronald Koeman.

Depois da derrota fora com o Cádiz (a que se seguiu o desaire com a Juventus em Camp Nou), o holandês tinha deixado o alerta à equipa que não havia margem para mais deslizes na Liga sob pena de a distância para o primeiro lugar ficar definida de forma irremediável. Após esse “toque a reunir”, a equipa voltou a empatar em casa frente ao Valencia e também na última jornada, na receção ao Eibar. Ao todo, e antes do início da jornada, eram já dez pontos de atraso em relação ao Atl. Madrid (que tem menos um jogo) e oito do Real Madrid (com mais um jogo). “Temos que continuar. A equipe quer mudar o chip, a mentalidade. Temos de melhorar a eficácia. Também tenha um pouco mais de sorte, o que acho que falta também”, referiu antes do jogo com o Huesca.

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Com várias lesões entre os habituais titulares (Piqué, Sergi Roberto ou Ansu Fati) a que se juntou agora Coutinho, que estará de fora três meses, todas as atenções estavam centradas no suspeito do costume, que assumiu numa entrevista ao La Sexta que só iria decidir o seu futuro no final da temporada entre muitas críticas a Josep Maria Bartomeu, antigo presidente do clube. “Enganou-me em muitas coisas durante vários anos. O último foi duro. Se fosse a tribunal, sabia que tinha razão mas não queria sair assim do Barcelona. Devia ter ido a um psicólogo mas não quis. Custa-me dar esse passo, sabendo que preciso. Tenho dificuldade em abrir-me, guardo tudo para mim. Dono do balneário? Isso irrita-me. Dizem que escolho os treinadores e jogadores mas não poderia estar mais longe da realidade”, disse, entre outros temas como a incompreensão pela saída de Suárez para um rival direto.

Esta noite, Lionel Messi fazia não só o jogo 750 pelo Barcelona como o 500.º na Liga espanhola, estando cada vez mais perto dos registos históricos de Xavi Hernández que realizou 767 encontros, 505 no Campeonato. E estes são dois dos poucos recordes que (ainda) não tem, por liderar entre os elementos com mais vitórias (368), mais golos (451), mais titularidades (444) e mais títulos (dez) no Campeonato pelos blaugrana. Tudo em 16 anos, após ter feito a estreia com 17 anos no Olímpico de Montjuic ao substituir Deco num jogo com o Espanyol.

Mais uma vez, e mesmo não marcando, o argentino voltou a ser um dos principais destaques do Barcelona a par de Dembelé e Sergio Busquets num jogo que terminou com a vitória pela margem mínima frente ao Huesca com golo de Frenkie de Jong, após assistência de Messi, a 185.ª em 500 encontros na Liga (além de ter marcado 451 golos). E se o capitão não conseguiu ter ainda a influência de outras temporadas nos números, sobretudo olhando para os golos, continua com futebol para dar e vender que só não foi premiado devido à exibição do guarda-redes Álvaro Fernández, sobretudo num livre direto na primeira parte em que fez um voo para desviar a bola para canto.