O grupo Sony aumentou os resultados líquidos para 1,06 biliões de ienes (8.420 milhões de euros), entre abril e dezembro de 2020, mais 87%, impulsionados pelo lançamento da consola PlayStation 5 (PS5) e pela reestruturação do negócio musical.

O lucro operacional da empresa tecnológica aumentou 11,8% para 905.385 milhões de ienes (7.160 milhões de euros) e as vendas aumentaram 4,1% para 6,78 biliões de ienes (53.600 milhões de euros), segundo o relatório financeiro do grupo para os primeiros nove meses do seu exercício financeiro de 2020, divulgado esta quarta-feira.

A Sony atribuiu o aumento do lucro, principalmente, às fortes vendas da divisão de jogos de vídeo (entre os maiores ‘beneficiários’ da pandemia da Covid-19), que cresceu quase 40% nos nove meses até dezembro, incluindo um aumento dos serviços em rede, na sequência do lançamento do PS5 em 12 de novembro.

Até ao final de dezembro foram vendidas 4,5 milhões de PS5, precisou o diretor financeiro da Sony, Hiroki Totoki, numa conferência de imprensa virtual.

Estamos no bom caminho para atingir o nosso objetivo para o ano fiscal de vender mais de 7,6 milhões de unidades, mas não fomos capazes de satisfazer plenamente o elevado nível de procura”, disse Totoki durante a conferência, durante a qual indicou que a empresa está a fazer “tudo o que é possível” para enviar mais unidades.

A produção e expedição de PS5 foram afetadas por uma escassez de componentes e dificuldades logísticas devido à pandemia.

Hiroki Totoki também destacou o aumento do tempo de jogo dos utilizadores, cerca de 30% mais elevado em dezembro em comparação com o mesmo mês em 2019, e a elevada percentagem de assinantes do serviço PlayStation Plus pago entre os utilizadores da PS5, de 87%.

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A empresa espera que o seu ramo de entretenimento digital registe ainda mais ganhos nos próximos três meses face a uma maior procura de jogos, que já nos meses anteriores era mais elevada do que esperava.

A multinacional também destacou o bom impacto que teve nas suas contas a reestruturação do negócio musical. A aquisição mais recente foi anunciada na terça-feira, a da discográfica britânica AWAL, embora o grupo não espere que a aquisição tenha qualquer impacto até ao próximo ano.

Entre abril e dezembro, as vendas da Sony Music aumentaram 22% graças a um aumento das receitas dos produtos de ‘streaming’ e a um aumento significativo no setor de animação devido ao sucesso do primeiro filme “Kimetsu no Yaiba” (Guardiães da Noite), com a maior venda de bilhetes da história japonesa.

O setor financeiro também registou um desempenho estável, com um aumento de 4% no volume de negócios, graças principalmente ao negócio de seguros, que também foi impulsionado pela pandemia.

O setor cinematográfico, Sony Pictures, continua a ser o mais atingido pelo impacto da Covid-19 na produção. As vendas da multinacional neste setor caíram 19% nos nove meses até dezembro devido à ausência de estreias devido a encerramentos e restrições das salas em todo o mundo.

As vendas do seu setor de ‘chips’ também diminuíram, neste caso em 10%, devido ao menor número de carregamentos de sensores de imagem para dispositivos móveis, afirma o relatório.

O grupo espera que o desempenho dos setores de jogos de vídeo, música e finanças se mantenha, e embora observando que o setor cinematográfico continuará a enfrentar dificuldades, aumentou a previsão de lucros para o ano inteiro, que termina em 31 de março.

A Sony espera que o lucro líquido atinja 1,08 biliões de ienes (8.580 milhões de euros), o que marcaria um aumento de 86,4% face ao ano anterior e é 35,6% superior ao montante estimado na sua previsão de outubro.

Quanto ao lucro operacional, prevê um aumento anual de 11,2% face ao ano anterior para 940.000 milhões de ienes (7.430 milhões de euros), em contraste com a contração anteriormente estimada.

A multinacional também espera que as receitas de vendas cresçam 6,5% para 8,8 biliões de ienes (69.590 milhões de euros), mais 3,5% do que a previsão anterior.