A sonda chinesa Tianwen-1 chegou esta quarta-feira à órbita de Marte, a primeira etapa no plano chinês de levar um robô até à superfície do planeta.

A sonda, que inclui um veículo motorizado e foi lançada em julho passado a partir da ilha de Hainan, “entrou com sucesso em órbita de Marte”, indicou a agência de notícias oficial Xinhua.

É o segundo aparelho a chegar à órbita de Marte em dois dias, depois de uma outra sonda lançada pelos Emirados Árabes Unidos ter completado a viagem na terça-feira.

Na terça-feira, a sonda Amal (Esperança em árabe) dos Emirados Árabes Unidos entrou na órbita de Marte e a NASA, a agência espacial dos Estados Unidos, tem programada para 18 de fevereiro a chegada a solo marciano de um novo robô norte-americano, o Perseverance (Perseverança).

A tentativa da Tianwen 1 de pousar em Marte está prevista para maio, o que, a concretizar-se, tornará a China o segundo país a fazê-lo com sucesso.

A sonda vai mapear Marte a partir da órbita até à separação do veículo que irá pousar e explorar a superfície do planeta, em maio, para procurar água no subsolo e sinais de vida antiga.

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O veículo espacial movido a energia solar – do tamanho de um carrinho de golfe – deve operar por cerca de três meses.

O nome da sonda é o título de um poema clássico chinês que significa “Busca pela Verdade Celestial”.

O local de pouso proposto é a planície Utopia, no hemisfério norte de Marte, onde o módulo norte-americano Viking 2 pousou em 1976.

Apenas os EUA pousaram com sucesso em Marte, por oito vezes, começando com as duas missões Viking. Um módulo de pouso e um rover continuam a operar até estes dias.

As missões a Marte dos Emirados Árabes Unidos, da China e dos Estados Unidos foram lançadas em julho, aproveitando o alinhamento próximo do planeta com a Terra, que ocorre apenas a cada dois anos.

A Tianwen-1 é a segunda tentativa da China de enviar uma sonda para Marte. Em 2011, uma sonda enviada em conjunto com a Rússia não conseguiu sair da órbita da Terra.

A agência espacial chinesa tem pelo menos outras três missões deste tipo programadas: a exploração de asteroides, por volta de 2024; outra missão a Marte para recolher amostras, em 2030; e outra missão de exploração, no mesmo ano, a Júpiter.

Nos últimos anos, Pequim investiu intensamente no seu programa espacial e, em janeiro de 2019, a sonda lunar Chang’e 4 pousou no lado oculto da Lua, não visível da Terra, um marco nunca alcançado na história da exploração espacial.