Farense, Rio Ave, Belenenses SAD, Boavista, Sp. Braga, Marítimo e P. Ferreira. Ao fim de sete jogos seguidos a ganhar, o Benfica não venceu nem empatou — perdeu. Os encarnados terminaram a melhor série da temporada, acabaram um período de oito partidas seguidas sem sofrer qualquer golo e não só complicaram o apuramento direto para a Liga dos Campeões da próxima época como atrapalharam uma recuperação que estava a ser quase perfeita.

Taarabt era o único com moral. Mas saiu aos 61 minutos (a crónica do Benfica-Gil Vicente)

Os encarnados não sofriam golos para o Campeonato desde fevereiro, contra o Moreirense, e era preciso recuar ao final desse mesmo mês — na Liga Europa, com o Arsenal — para ver a equipa de Jorge Jesus a conceder dois golos numa única partida. O Sp. Braga tinha sido o último conjunto a marcar duas vezes ou mais na Luz, já em novembro, e a verdade é que o Gil Vicente fez história este sábado, ao garantir que tem agora mais vitórias em casa do Benfica do que em Barcelos e contra os encarnados.

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O Benfica terminou a partida com apenas um remate enquadrado — por intermédio de Rafa, no lance que deu origem ao autogolo de Vítor Carvalho –, enquanto que o Gil Vicente marcou nas únicas duas vezes em que acertou com a baliza de Helton Leite. Os gilistas atravessam o melhor período da temporada, com quatro vitórias em cinco jogos. Na flash interview, Jorge Jesus reconheceu que a equipa “complicou” a recuperação.

“Perder três pontos… Se empatas perdes dois, mas não é a mesma coisa… A perder 2-0 fomos tentar recuperar. A primeira parte não foi boa, dividimos muito o jogo, a nossa primeira linha de pressão não conseguiu parar a saída do Gil Vicente. Na segunda parte, com as alterações táticas que tivemos, começámos a ter mais poder de pressão, a ter mais jogadores na frente. Mas acabámos por sofrer o segundo golo. E é aí que os jogos se decidem. Por mais remates que tenhamos, mas não tantos na baliza… O Benfica fez um jogo diferente na primeira e na segunda parte. A segunda foi boa, tentámos inverter o resultado, procurámos, tivemos algumas situações de golo que não fizemos”, explicou o técnico encarnado, deixando depois algumas críticas à equipa de arbitragem, principalmente no que toca ao tempo que o Gil Vicente foi perdendo ao longo da partida.

“O adversário foi crescendo, com muito antijogo, não é? Assim que ficou a ganhar, fez muito antijogo. O jogador com cãibras e o árbitro a parar o jogo. O jogo não tem de parar, só quando há choque de cabeças é que é obrigatório. Cada vez que está um jogador cansado temos de parar o jogo… Isso tirou intensidade ao nosso jogo. O Gil Vicente fez o que o árbitro permitiu. O ‘keeper’ tirou dez minutos ao jogo e é só no último segundo é que dão amarelo aos guarda-redes. Por isso é que somos o Campeonato na Europa com menos jogo. É impossível haver mais tempo. O árbitro tem alguma culpa nestas suas decisões, mas não foi por aí que perdemos. É verdade que perdeu-se tempo, mas o que fez na segunda parte não justificava o golo. Nós podíamos ter feito o 1-1, os jogadores bateram-se, acreditaram. Taticamente arriscámos o que tínhamos de arriscar. Este resultado tira-nos esta marcha que tínhamos de recuperação. Sofremos golo, perdemos e é isso. Não há nada mais a fazer do que comentar e pensar no próximo”, terminou Jesus.