Maria Malveiro foi condenada a 25 anos de prisão pela morte de um homem de 21 anos, Diogo Gonçalves, em março do ano passado, no Algarve. A jovem de 21 anos terá ainda de pagar uma indemnização de 265 mil euros para a família da vítima. Já Mariana Fonseca foi absolvida do homicídio, sendo condenada apenas a quatro anos de pena efetiva pelos crimes de profanação de cadáver, burla qualificada e peculato. No entanto, Mariana vai ficar em liberdade até a decisão transitar em julgado, isto é, até esgotadas todas as hipóteses de recurso.

O Tribunal de Portimão entendeu que plano de Maria Malveiro era “para se apoderar do dinheiro, não para o matar” só que a “recusa do Diogo de transferir o dinheiro que terá levado ao confronto físico”. As magistradas lembraram também que o facto de Mariana ter reanimado Diogo “afasta qualquer intenção” de o matar. As juízas deram no entanto praticamente todos os factos como provados, embora tenha atribuído responsabilidades na morte de Diogo Gonçalves à arguida Maria Malveiro e não a Mariana Fonseca.

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Maria foi condenada pelos crimes de homicídio qualificado, profanação de cadáver, furto, acesso ilegítimo, burla informática e de comunicações na forma continuada, uso e furto de veículo e um crime de detenção de arma proibida. A segurança foi ainda condenada a pagar uma indemnização de 265.396 euros ao pai de Diogo Gonçalves: 150.396 euros de danos patrimoniais e 115 mil euros de danos não patrimoniais. Também Mariana terá de pagar 350 euros de indemnização.

Nas alegações finais, o Ministério Público tinha pedido uma pena de prisão superior a 20 anos para as duas. Já os advogados das duas jovens agora condenadas em coautoria pela morte de Diogo Gonçalves tinham pedido a sua absolvição por entenderem que não existiam provas que sustentassem uma acusação.

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As homicidas e a vítima eram amigos desde novembro de 2019 — o crime viria a acontecer quatro meses depois. Isto porque Maria Malveiro ficou a saber em fevereiro de 2020 que Diogo Gonçalves ia receber mais de 70 mil euros de uma indemnização pela morte da mãe, atropelada na zona de Albufeira, em 2016. Contou à sua companheira e, nos meses de fevereiro e março, ambas delinearam o plano para matar o amigo e ficar com o dinheiro.

No dia 20 de março, as duas deslocaram-se à casa do jovem, no concelho de Silves. Lá chegadas, a arguida Maria Malveiro deu disfarçadamente fármacos para Diogo Gonçalves adormecer. Depois, seduziu o jovem, convencendo-o a sentar-se numa cadeira e fechar os olhos enquanto lhe prendia as mãos. Apertou-lhe o pescoço, utilizando uma manobra conhecia como mata-leão que o deixou inconsciente. A enfermeira Mariana Fonseca realizou manobras de reanimação e Diogo Gonçalves acabou por acordar. Já consciente, o jovem deu uma pancada a Mariana Fonseca para se defender, mas Maria Malveiro voltou a apertar-lhe o pescoço e o jovem voltou a ficar inconsciente.

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Maria e Mariana transportaram o cadáver da vítima no seu próprio carro até à casa delas, situada na zona de Lagos. Depois, deixaram o carro estacionado nas imediações do prédio onde viviam, com o cadáver na bagageira, e foram dormir. No dia seguinte, 21 de março, cortaram e desmembraram o cadáver da vítima, guardando-o em vários sacos de lixo, que, nos dias seguintes, atiraram por uma arriba, em Sagres, e esconderam na vegetação, em Tavira. Durante estes dias, as arguidas fizeram levantamentos e pagamentos com o cartão e com o telemóvel da vítima.