Dois terços dos portugueses não confiam nos tribunais e na justiça, com a avaliação a ser particularmente negativa quando está em causa a capacidade dos tribunais fiscalizarem o poder político.

De acordo com uma sondagem Aximage para o Jornal de Notícias, o Diário de Notícias e a TSF, 83% dos inquiridos afirmam que os políticos não estão a ser devidamente fiscalizados, enquanto 62% consideram que a justiça não tem capacidade para investigar casos de corrupção.

Entre as instituições, os “tribunais e os juízes” são aquela em que os portugueses menos confiam, com 62% dos inquiridos a fazer uma avaliação negativa.

O Ministério do Público e a Procuradoria-Geral da República (PGR) também não saem bem vistos na sondagem, com 42% e 35%, respetivamente, dos portugueses a considerarem que estas instituições têm feito um mau trabalho.

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Quanto à fiscalização dos partidos, quatro quintos acham que não está a ser feito o suficiente. Além disso, dois terços dos portugueses consideram que a justiça não investiga a corrupção entre políticos e altos públicos.

A sondagem da Aximage terminou no dia 25 de Abril, portanto não reflete o impacto do discurso dos partidos na cerimónia na Assembleia da República, sendo que o combate à corrupção foi apontado como uma prioridade por todos os partidos — à exceção do PS, que, no entanto, apresentou um projeto de lei sobre esta matéria na quinta-feira.

O mesmo estudo revela ainda que 45% dos portugueses não confiam nos partidos políticos, apesar de o saldo ser positivo entre os mais pobres e os eleitores comunistas e socialistas. Quanto à Assembleia da República, a confiança é pequena ou muito pequena para 39% dos inquiridos.

Quanto à confiança no Governo, é pequena ou muito pequena para 30% dos inquiridos, e grande ou muito grande para 42%. No caso do Presidente da República, a desconfiança é de 12%, enquanto 65% dizem confiar em Marcelo Rebelo de Sousa.