O Presidente boliviano, Luis Acre, criticou este sábado o capitalismo que definiu de “selvagem e inumano” em plena pandemia, por provocar desigualdades face à necessidade mundial de acesso a vacinas anti-Covid, e com apelos à unidade dos trabalhadores do mundo.
Na perspetiva do chefe de Estado, as vacinas converteram-se numa “mercadoria” e lamentou que a atual situação “ponha em risco a vida do planeta, da população e da humanidade”, e provocar um “conflito selvagem” entre os que têm acesso à imunização, e os que estão privados de vacinação.
No decurso de uma concentração em Santa Cruz, a cidade mais populosa do país, e por ocasião do Dia Internacional do Trabalhador, Acre assegurou que esta situação origina “que a pandemia continue e se multiplique no mundo inteiro”, com riscos de vida para “todos os trabalhadores do mundo”.
Acre liderou esta iniciativa que incluiu um desfile nessa cidade do leste boliviano, onde participaram sindicatos de trabalhadores mineiros, da indústria petrolífera, do setor elétrico, comerciantes e camponeses, apesar do país enfrentar desde há dois dias um agravamentos das infeções por covid-19.
Nestas celebrações também participou o ex-presidente Evo Morales.
“Na Bolívia pensamos no mundo, a partir de Santa Cruz, trabalhadores de todo o mundo, uni-vos pela vida e a humanidade”, disse Acre numa alusão à célebre frase de Karl Marx.
Em meados de abril, o Governo da Bolívia iniciou uma campanha internacional em todas as representações diplomáticas do país no exterior para que se libertem as patentes das vacinas e dos medicamentos contra o Covid-19, para um acesso equitativo e para que as operações logísticas à escala mundial sejam efetivas.
O ministério da Saúde do país andino, com 11,4 milhões de habitantes, registou 12.975 mortes e 305.594 contágios desde o início da pandemia em março de 2020.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 3.182.408 mortos no mundo, resultantes de mais de 151,3 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.976 pessoas dos 836.947 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.