O Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto, está a reformular a exposição de longa duração, num trabalho que vai contar com a parceria do Plano Nacional das Artes (PNA), anunciou esta quinta-feira o diretor da instituição.

Em declarações à Lusa, o diretor do Museu Nacional de Soares dos Reis, António Ponte, explicou que o comissário do PNA, Paulo Pires do Vale, “será consultor do museu na definição da exposição permanente, e a própria equipa do PNA estará muito próxima de todo o trabalho que vai ser feito na definição das estratégias, dos conceitos expositivos e dos modelos de comunicação”.

O envolvimento do PNA deve-se a um interesse do Soares dos Reis na construção de “uma exposição que comunique com diferentes tipos de público e que esteja na linha daquilo que são as novas políticas de divulgação cultural na prática da democracia cultural”.

A título de exemplo, António Ponte realçou que, na próxima semana, vai haver “sessões de discussão com alunos de várias áreas de formação da Universidade do Porto, na perspetiva de ter uma perceção de como é que as camadas mais jovens percebem um museu desta tipologia, como é que estes museus se podem constituir como algo de interessante para as novas gerações”.

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A reformulação, que inclui o abandono do conceito de “exposição permanente” em prol da “exposição de longa duração”, tem por objetivos “reforçar o acesso dos visitantes ao único museu nacional na região do Norte, na ótica da democracia cultural, e introduzir um novo elã no circuito expositivo, mais contemporâneo e dinâmico”.

Segundo o Soares dos Reis, o trabalho em curso pretende um “total aproveitamento” dos espaços do museu, “num conceito em que os visitantes são convidados a fruírem também dos espaços exteriores do museu como a cerca, na área do antigo velódromo do Palácio dos Carrancas, o picadeiro e o jardim das Camélias, próximo da Galeria de Escultura Soares dos Reis”.

O museu vai reabrir no dia 15, com um ciclo de exposições temporárias, a ser apresentado na véspera, que durará até novembro, e a expectativa do novo diretor é “conseguir abrir a exposição de longa duração na segunda quinzena de novembro ou primeira de dezembro”.

Nessa altura, abrirá um novo ciclo de exposições temporárias, para “criar mais atrativos de visitação ao museu”.

O Museu Nacional Soares dos Reis está instalado no Palácio dos Carrancas, no Porto, e foi inaugurado em 1833, quando o rei Pedro IV decidiu estabelecer na cidade um museu de pinturas e estampa.

Foi o primeiro museu público de arte do país, e adquiriu o estatuto de museu nacional em 1932.

A coleção de pintura, em particular, é constituída por 2.500 objetos com datas do século XVI ao século XX, destacando-se obras de Silva Porto, Marques de Oliveira, Henrique Pousão, Aurélia de Sousa e António Carneiro, entre outros.