O Presidente da República de São Tomé e Príncipe cessante, Evaristo Carvalho, renovou este domingo o apelo para que os eleitores participem na segunda volta das eleições presidenciais e disse esperar que não haja “sobressaltos” na apresentação dos resultados.
“Acabei de cumprir mais uma vez o meu dever cívico de votar e aproveito para apelar a todos os meus compatriotas cidadãos eleitores inscritos nos cadernos eleitorais que deveriam fazer o mesmo”, afirmou hoje o chefe de Estado cessante, após ter votado na escola Dona Maria de Jesus, na capital são-tomense.
Evaristo Carvalho reiterou a sua mensagem de que “a abstenção é inimiga da democracia”.
“Portanto, espero que todos os cidadãos façam um esforço de sair das suas casas e se dirijam às assembleias de voto para cumprir este dever”, comentou.
Durante a manhã, a afluência a mesas de voto em São Tomé foi aparentemente menor que na primeira volta, realizada em 18 de julho, com poucas ou nenhumas filas de eleitores.
Contactado pela Lusa, o porta-voz da Comissão Eleitoral Nacional (CEN), Victor Correia, confirmou que “há mesmo uma diferença muito grande” na afluência às urnas em relação à primeira volta.
As mesas de voto encerram às 17:00 locais (mais uma hora em Lisboa).
“No ato eleitoral, tradicionalmente os meus compatriotas gostam de esperar o segundo período mais tarde, mas de facto a questão da segunda volta tem algum peso” e consideram que já votaram, referiu.
“Por isso eu faço apelo, esta segunda volta é o ponto fulcral dessas eleições. À primeira volta ninguém conseguiu obter 50 mais um de resultado, nessa segunda volta os dois candidatos começaram do zero e é preciso que os cidadãos eleitores compreendam isso”, salientou.
“É preciso vir votar para terminarmos com o processo eleitoral, que já vai muito longo, já está a decorrer tem mais de dois meses. Como sempre, neste período pouco se produz e temos de terminar de facto hoje”, sublinhou.
Evaristo Carvalho fez votos de que o ato de hoje “decorra de uma forma tranquila e transparente e que os seus resultados venham a ser apresentados sem qualquer sobressalto”.
A segunda volta das presidenciais decorre hoje, quase um mês depois da data inicialmente prevista (08 de agosto), devido a um impasse jurídico e político na sequência de reclamações apresentadas pelo terceiro classificado, o presidente da Assembleia Nacional, Delfim Neves.
O mandato do chefe de Estado terminou oficialmente na passada sexta-feira, o que originou também um intenso debate político, mas o Presidente veio entretanto garantir que se manteria no cargo até à posse do seu sucessor.
Os candidatos Carlos Vila Nova e Guilherme Posser da Costa disputam hoje o cargo para a Presidência da República de São Tomé e Príncipe.
Carlos Vila Nova (apoiado pelo partido Ação Democrática Independente, oposição) venceu a primeira volta das eleições presidenciais, realizada a 18 de julho, com 43,3% dos votos, enquanto Guilherme Posser da Costa (do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe – Partido Social Democrata, no poder) teve 20,7%.
Nesta segunda volta, Posser da Costa conta também com o apoio dos restantes partidos que compõem a ‘nova maioria’ que suporta o Governo de Jorge Bom Jesus — Partido Convergência Democrática e a coligação UDD/MDFM.