No “olho do furacão” dos mercados financeiros globais, devido aos problemas na Evergrande, o governo chinês veio esta sexta-feira garantir que irá fazer uma fiscalização apertada contra as atividades com criptomoedas, como a bitcoin, que são “ilegais” no país.
O aviso foi emitido pelo chamado Conselho de Estado da República Popular da China, sendo subscrito por 10 agências governamentais chinesas que garantiram que será exercida “pressão elevada” sobre as transações em criptomoedas, por parte de cidadãos chineses. A crescente utilização que é feita na China, em parte para contornar controlos de capitais, terá sido, nos últimos anos, uma das razões pelas quais o valor destes criptoativos subiu em flecha.
O cotação da bitcoin nos mercados sofreu um ligeiro abalo (ligeiro tendo em conta a volatilidade normal associada às criptomoedas). Cada bitcoin valia cerca de 44.000 dólares norte-americanos à hora em que foi emitido o aviso, e desceu para pouco mais de 42 mil dólares (cerca de 36.200 euros). Ainda assim, não chegando perto dos valores mínimos da semana (abaixo dos 40 mil dólares).
As autoridades chinesas avisaram, em concreto, que as criptomoedas não devem circular na economia como moedas tradicionais e, por outro lado, as empresas (estrangeiras) que operam bolsas de criptomoedas estão proibidas de prestar serviços na China, através da internet. O mesmo se aplica a todas as instituições financeiras com operações no país.
“Qualquer comportamento ilegal, envolvendo especulação com moedas virtuais, será duramente combatido”, garantiu o governo chinês, justificando essa intenção com a “salvaguarda das posses dos cidadãos” e a “manutenção da ordem económica, financeira e social”.