O técnico do Benfica, Jorge Jesus, rejeitou esta segunda-feira que a equipa esteja numa crise de resultados e garantiu que o sentimento do presidente, após perder a liderança da I Liga de futebol, “é o mesmo do treinador e jogadores”.

Rui Costa afirmou, no domingo, que é necessário “perceber” o que fez perder “cinco pontos nos últimos três jogos do campeonato”, mas Jorge Jesus lembrou, em conferência de imprensa relativa ao jogo com o Bayern Munique, para a Liga dos Campeões, que o Benfica “não perdeu o foco nem a possibilidade” de chegar à liderança e ‘pintou’ um cenário diferente.

“É como quiserem pintar o quadro. Se eu quiser pintar o quadro, digo-vos assim: em 10 jogos do campeonato, quantas vitórias o Benfica tem? Oito. (…) É conforme eu queira pintar o quadro. Agora, o ideal era ter 100%, 10 jogos, 10 vitórias. É aquilo que o treinador e o presidente do Benfica querem”, assumiu Jorge Jesus.

No entanto, o técnico lembrou que “não há nenhuma equipa no mundo que não perca pontos” e que isso “faz parte” do futebol, mas rejeitou, perentoriamente, um cenário de crise de resultados.

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“Para nós querermos enquadrar aqui um filme já negro, isso não existe. Agora, queríamos estar em primeiro, a 100% [de vitórias], queríamos. Mas o momento não foi esse, passámos para terceiro”, concluiu.

A conferência de imprensa servia de antevisão ao encontro de terça-feira, para a Liga dos Campeões, frente ao Bayern Munique, equipa que goleou o Benfica por 4-0 na jornada anterior, no Estádio da Luz, mas que, depois disso, também já foi goleada por 5-0, pelo Borussia Mönchengladbach.

Jesus assumiu que viu esse encontro, no qual os bávaros foram goleados, e que o que retirou, em conjunto com os primeiros 70 minutos da partida no Estádio da Luz, foi que “o Bayern Munique também não é forte em tudo” e que o Benfica tem de melhorar “em termos de duração de jogo”.

“É uma equipa como o Benfica, que defende com poucos jogadores e quando tem equipas fortes a sair [na transição ofensiva] pode ser surpreendida. E tentar melhorar mais em termos de duração de jogo, que foi aquilo que não fizemos depois do 2-0. Depois do 2-0 o nosso balão murchou e isso é que não pode acontecer”, apontou.

Ainda assim, Jorge Jesus assumiu que o Benfica vai para o jogo na Allianz Arena, em Munique, “sabendo, pensando que pode ganhar”, mas também que vai enfrentar “uma equipa que vai pôr cenários completamente diferentes”, aos quais a equipa não está habituada.

No entanto, frisou que “não é este jogo que vai definir” um eventual apuramento do Benfica para os oitavos de final da Liga dos Campeões.

“Os jogos que passam pelo apuramento desta fase de grupos para o Benfica vão ser o próximo jogo, com o Barcelona, e o último, com o Dínamo Kiev. Não tenho dúvida nenhuma”, concluiu.

Antes do técnico, também o defesa Jan Vertonghen tinha lançado um olhar sobre o próximo adversário dos ‘encarnados’, para considerar que, “definitivamente, eles também podem ser travados” e que a derrota por 4-0 sofrida no Estádio da Luz “não reflete bem” o que se passou no jogo.

“Porque jogámos bem nalguns momentos, tivemos oportunidades, especialmente mesmo antes de eles marcarem o primeiro golo. Mas não podemos negar que é uma das melhores equipas do mundo, se queremos conseguir alguma coisa deste jogo temos de estar ao nosso melhor nível”, advertiu o internacional belga.

O Benfica visita na terça-feira o Bayern Munique, em partida da quarta jornada da Liga dos Campeões, agendada para as 20:00 (hora portuguesa) na Allianz Arena, em Munique, três dias após perder a liderança da I Liga, ao empatar 1-1 na visita ao Estoril Praia.

Após a derrota por 4-0 frente aos alemães, na jornada anterior, a equipa comandada por Jorge Jesus ocupa o segundo lugar do grupo E, com quatro pontos, mais um do que o FC Barcelona e menos cinco do que o Bayern Munique, que soma por vitórias todos os três encontros já disputados.