A nova praça financeira da China, estabelecida em Pequim, para atender pequenas e médias empresas (PME) do setor tecnológico, começou esta segunda-feira a negociar, numa altura em que uma campanha regulatória abalou algumas das maiores empresas do país.
A Bolsa de Valores de Pequim junta-se assim aos mercados de Xangai e Shenzhen.
As bolsas da China Continental estão praticamente fechadas a investidores estrangeiros, mas algumas empresas chinesas transacionam em Hong Kong, um território chinês separado, que está aberto ao capital estrangeiro.
O Partido Comunista da China prometeu mais apoio aos empresários que geram riqueza e empregos, mas está a aumentar o controlo sobre as empresas de tecnologia e a pressioná-las a investir na promoção dos planos socioeconómicos do regime.
O Presidente chinês, Xi Jinping, disse, em setembro, que a bolsa de Pequim vai promover a “inovação, no setor dos serviços”.
As bolsas de valores chinesas foram originalmente criadas para arrecadar dinheiro para empresas estatais, o que levou os empresários do setor privado a procurarem capital no exterior.
Os investidores estão preocupados com a posição dos empresários chineses, depois de o partido no poder ter reforçado o controlo sobre as empresas de tecnologia, através de restrições sobre a segurança dos dados e punição de práticas monopolistas.
Esta situação levou a uma queda de um bilião de dólares no valor das maiores empresas de tecnologia da China nas bolsas de Wall Street e Hong Kong.
A nova bolsa também é de “vital importância na criação de um mercado de capitais multinível, melhorando o apoio financeiro às PME, bem como na promoção e desenvolvimento voltado para a inovação e a transformação e atualização económica”, disse o presidente da Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China, Yi Huiman, na cerimónia de abertura, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua.
Apenas investidores qualificados podem negociar na nova bolsa. Após o primeiro dia de negociação, o valor das ações pode oscilar até 30% ao dia, em comparação com 10% e 20%, em Xangai e Shenzhen, respetivamente. Caso a oscilação supere aqueles valores a negociação é suspensa.
Espera-se que a bolsa de Pequim ajude também a China a reduzir a sua dependência de capital e tecnologia estrangeiros, disponibilizando mais capital de risco para pequenas e médias empresas do setor tecnológico.