Existe muito pouco sobre Mike Tyson que seja surpreendente. Desde que apareceu, ao longo de toda a carreira e já depois de deixar os ringues, o pugilista foi sempre uma das figuras mais mediáticas e polémicas do desporto, deixando uma marca indelével no boxe tanto a nível competitivo como histórico. Ainda assim, aos 55 anos, Tyson continua a desafiar os limites: agora, revelou que consome veneno de sapo e que isso fez com que a sua vida melhorasse “por completo”.

Em entrevista ao New York Post, o antigo atleta revelou que se cruzou pela primeira vez com a substância há quatro anos, a conselho de um amigo e numa altura em que tinha 45 quilos a mais e consumia álcool e droga em exagero. “Fi-lo como um desafio. Estava a consumir drogas pesadas, como cocaína, por isso, porque não? É outra dimensão. Antes do sapo, estava um caco. O adversário mais difícil que alguma vez enfrentei fui eu mesmo. Tinha baixa auto-estima. As pessoas com grandes egos costumam ter baixa auto-estima. Usamos o nosso ego para minimizar isso. O sapo despe o ego”, começou por contar Mike Tyson, explicando depois que desde então já consumiu em 53 ocasiões.

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“‘Morri’ na primeira vez. Sempre que consumi, vi que a morte é linda. A vida e a morte têm de ser lindas mas a morte tem má reputação. O sapo ensinou-me que não vou estar aqui para sempre. Existe uma data de validade. E tornou-me mais criativo, ajudou-me a focar. Estou mais presente enquanto empresário e empreendedor”, explicou, acrescentando que perdeu os tais 45 quilos em três meses, que voltou ao boxe e que recuperou a ligação com a mulher e os filhos.

O sapo em questão chama-se bufo alvarius, também conhecido como Sapo do Rio Colorado, uma espécie que vive no Deserto de Sonora, nos Estados Unidos. Vive sete meses do ano debaixo de terra e produz substâncias psicoativas através do veneno e da pele, sendo utilizado há muito tempo em rituais curativos tradicionais. Atualmente, Mike Tyson já tem mesmo uma produção deste tipo de sapos no rancho que tem em Desert Hot Springs, no sul da Califórnia.

“As pessoas vêem a diferença. Fala por si. Se me conhecessem em 1989, conheciam uma pessoa diferente. A minha mente não é sofisticada o suficiente para perceber o que aconteceu mas a vida melhorou. O propósito do sapo é chegares ao teu potencial máximo. Olho para o mundo de forma diferente. Somos todos iguais. Tudo é amor”, concluiu o pugilista, que está cada vez mais envolvido nas organizações que defendem a descriminalização das substâncias psicadélicas e a sua utilização na medicina.