O torneio de râguebi das Seis Nações começa este sábado, com o jogo entre a Irlanda e o País de Gales, às 14h15, no estádio Aviva, em Dublin, mas é a seleção francesa, em jejum há mais de dez anos, que parte como favorita à conquista do torneio, depois de ter ficado em segundo nas duas edições anteriores do torneio. Ainda assim, e se a “Colher de Pau” parece estar entregue, o vencedor de 2022 é ainda um menu em aberto.

  • Apesar de terem ficado atrás de País de Gales em 2021, e de Inglaterra em 2020, os gauleses querem conquistar o título este ano. Os franceses contam com uma grande profundidade de opções para o XV inicial mas o contributo de Romain Ntamack e Antoine Dupont será determinante para o sucesso da equipa – a parceria dos médios do Toulouse é uma parte essencial da estratégia dos bleus.

O selecionador francês, Fabien Galthié, procura juntar um título ao currículo, a um ano do Mundial de 2023, que vai ser organizado pela França. “Sabemos que o Mundial de 2023 vai ser no nosso país e é um objetivo que é visível no nosso horizonte, por isso, desde que soubemos que o próximo mundial seria em França, construímos o nosso caminho com essa visão em mente”, disse o treinador dos bleus, que fecham a primeira jornada do Seis Nações com uma receção à Itália no domingo (15h).

No entanto, esta vai ser, de acordo com as casas de apostas e a maioria dos analistas do desporto, uma das edições mais equilibradas de sempre – exceção feita para a Itália, que, apesar de ter subido o nível competitivo nos últimos anos, ainda está longe de se bater com as principais seleções do hemisfério norte.

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Olhando para os restantes conjuntos, a Escócia leva para o torneio a maioria dos jogadores mais importantes da última campanha, como Hamish Watson, Finn Russell, Duhan van der Merwe e Stuart Hogg, tendo um teste de fogo logo a abrir com um aguardado encontro com a Inglaterra em Edimburgo.

Os ingleses, que conquistaram o troféu há dois anos e chegaram à final do Mundial de 2019, onde perderam com a África do Sul, apresentam-se também como uma das candidatas ao título, apesar de estarem a meio de um processo de renovação. O selecionador, Eddie Jones, não vai contar com vários dos jogadores que têm feito parte do núcleo duro da equipa nos últimos anos, alguns por opção (caso dos irmãos Mako e Billy Vunipola), outros por lesão – Jonny May, Anthony Watson, Manu Tuilagi, Henry Slade são ausências confirmadas, Joe Marler, Courtney Lawes e Jonny Hill estão em dúvida para o torneio.

Mas de todas estas ausências, há a destacar uma em particular – Owen Farrell, capitão da seleção da Rosa e peça essencial da estratégia de Eddie Jones (seja a médio-abertura, ou a primeiro centro), não vai estar presente no torneio das Seis Nações. O jogador dos Saracens vai estar afastado da competição pelo menos dois meses, devido a uma cirurgia no tornozelo direito.

No entanto, estas baixas não incomodam o selecionador inglês, que garante que está habituado enfrentar as adversidades no momento de escolher a equipa desvalorizando a ausência do capitão de equipa.

É um golpe duro para ele [Owen Farrell] e para a equipa, mas também é uma oportunidade para outros jogadores assumirem um papel de liderança, uma oportunidade para outros jogadores lutarem pela camisola 12. No râguebi de hoje em dia, é muito raro uma equipa ter sempre os melhores jogadores disponíveis, por isso já estamos habituados a isto”, comentou.

A seleção da Irlanda, comandada por Andy Farrell (pai do inglês Owen Farrell), é outra das equipas a ter em conta neste torneio. Para lutar pelo título, vai precisar de peças como o capitão Jonathan Sexton e do pilar Tadgh Furlong (a experiência do jogador do Leinster nas formações ordenadas é essencial) na sua melhor forma. Os irlandeses venceram os cinco jogos que disputaram desde o verão passado, frente ao Japão (duas vezes), Estados Unidos, Nova Zelândia e Argentina, e chegam à competição mais importante do hemisfério norte em grande forma.

Em sentido contrário, o País de Gales, apesar de ser o campeão em título e de ter conseguido uma vitória frente à Austrália por 29-28 em novembro do ano passado, não vive o melhor momento. A equipa de Wayne Pivac perdeu os jogos com as seleções da África do Sul, Nova Zelândia e Argentina e, apesar de ser sempre uma equipa a ter em conta, será uma surpresa para muitos, se conseguir chegar ao título. Para além desta sequência negativa, os galeses não vão poder contar com o contributo do capitão, Alun Wyn Jones.

De acordo com as casas de apostas, a Itália surge como a menos provável candidata ao título. Depois de seis edições sem vencer qualquer jogo, a probabilidade de os italianos lutarem por algo mais do que uma vitória em um dos jogos é bastante reduzida, e o mais provável é mesmo levarem a “Colher de pau” (último lugar do torneio) para Roma.